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Mostrando postagens de setembro, 2015

Eu Vi... 'Meia-Noite em Paris', de Woody Allen (2011)

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"Meia-Noite em Paris" ("Midnight In Paris", de Woody Allen, 2011) Desde que se impôs em um auto-exilio europeu, Allen vem alternando bons ("Vicky Cristina Barcelona", "Match Point") e maus ("O Sonho de Cassandra"), e este é, com certeza, um acerto. Essa analogia da nostalgia é doce e engraçada e, ao mesmo tempo, reflexiva. O único ponto fraco na minha opinião, é a interpretação de Owen Wilson, que tenta emular Allen em cada respiro. Acho que esse era um grande filme para Allen voltar a atuar como protagonista. Com alguns ajustes de roteiro aqui e ali, poderíamos praticamente vê-lo, literalmente, na tela, como no meu favorito, "Desconstruindo Harry", de 97. Um dos melhores do ano. Pseudointelectual é uma palavra muito mal utilizada hoje em dia - qualquer discussão sobre cultura termina nessa ofensa, como uma Lei de Godwin dos ignorantes orgulhosos - mas, quando a usa em  Meia-Noite em Paris  ( Midnight in Paris ), 

Músicas Para Salvar a Sua Vida; 'Brown-Eyed Girl', Van Morrison (1967)

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Músicas Para Salvar a Sua Vida;  'Brown-Eyed Girl', Van Morrison (1967) Faixa 1 do lado A do álbum 'Blowin' Your Mind!' Composta por Van Morrison e produzida por Bert Berns Existia um mito sobre 'Brown-Eyed Girl' de que ela era  sobre o uso da heroína. A palavra ' menina' foi durante muitos anos interpretada como sendo a d roga. A frase ' Slippin ' and slidin', famosa por ser o título de uma grande canção de Little Richard, é uma forma que os viciados usam para dizer que estão injetando a heroína, que quando diluída, fica na cor marrom, formando o título da canção. Em sua biografia, Morrison diz que a canção era originalmente chamada de " Brown- Skinned Girl' (Garota da pele morena, em português) e falava realmente de uma, com quem teve um romance. Ele só mudou o título pois foi coagido devido ao forte racismo da época, tornando-a mais palatável para as rádios. A revista Rolling Stone a colocou na

Discoteca Básica. 'Kick Out The Jams', MC5 (1969)

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Discoteca Básica. 'Kick Out The Jams', MC5 (1969) Barulho, noise, esporro... Música enquanto soco no estômago. A zoeira atravessa os três acordes do punk, passa pelo hardcore e pelo trash, por Sonic Youth e por aí vai até toda a turminha de Seattle. Uma fórmula simples, mas matadora: guitarras demenciais cuspindo riffs como farpas, enquanto a cozinha pulsa catatonicamente, quase soterrando os arremedos dos vocais. Acontece que toda esta violência sônica/cênica já tinha sido forjada lá pelos idos de 67, em pleno desbunde psicodélico. Suas origens remetem a duas bandas de Detroit - The Stooges e MC5. Ambas com total afinidade musical, mas com uma diferença fundamental: enquanto as performances animais de Iggy Pop e seus comparsas antecipavam toda a estética niilista do no future punk, o MC5 acreditava realmente no poder revolucionário do rock'n'roll. Uma posição - no mínimo - ingênua se transporta para os dias de Guns n'Roses que ora correm, mas

Desconstruindo o Pop! 10 artistas que você deveria conhecer

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Honeyblood (Glasgow, Escócia) O Honeyblood é uma dupla de garotas de Glasgow, Escócia;  Stina Tweeddale, nos vocais e guitarra e Shona McVicar, na bateria e nos vocais. A banda começou no início de 2012 e, desde então, já lançaram dois EP's que exalam aquele Indie-Pop da virada dos anos oitenta para os noventa. É uma das preferidas aqui da casa e vale muito a pena uma conferida. Confira o vídeo de 'Bud', a preferida da casa, e a página da dupla no Soundcloud; Mais informações http://www.theguardian.com/music/2013/oct/31/honeyblood honeyblood.bandcamp.com/ ‎ www.fat-cat.co.uk/site/artists/honeyblood ‎ https://www.facebook.com/ honeyblood eatitup City and Colour (St. Catharines, Canadá) O City and Colour é Dallas Green, que iniciou esse projeto de 'One-Man Band' em 2005, após se desligar  da banda de Post-Rock Alexisonfire. Desde então, já lançou quatro álbums. O mais recente, 'The Hurry and The Harm', é de 2013. A v

Música + Livros; 'Lobão : 50 Anos a Mil', Por Lobão e Cláudio Tognolli

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Música + Livros; 'Lobão : 50 Anos a Mil', Por Lobão e Cláudio Tognolli Pense numa distante cena da sua vida: a primeira bicicleta, uma festa de aniversário, um braço quebrado, um coração partido. Recorde o momento, o cenário, personagens e figurantes, diálogos. E agora seja sincero: distante no tempo e no espaço e vista sob a ótica de quem você veio a se tornar com o correr dos dias, o quanto sua lembrança é fiel e corresponde, exatamente, à realidade dos fatos? Se contar a história alheia com o máximo de fidelidade aos fatos – que “não são a verdade, mas apenas indicam onde pode estar a verdade”, nas palavras da finada jornalista e espiã americana Mary Bancroft – é tarefa das mais difíceis, o que dizer portanto do desafio de contar a própria história? Lobão nasceu João Luiz Woerdenbag Filho, no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 1957. Tímido ao extremo e fruto de um casal composto por uma mãe superprotetora e com um forte transtorno bipolar e por um pai ranzinza e

Discoteca Básica; 'Sociedade da Grã Ordem Kavernista apresenta "Sessão das 10"', Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Miriam Batucada & Edy Star (1971)

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Discoteca Básica; 'Sociedade da Grã Ordem Kavernista apresenta "Sessão das 10"', Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Miriam Batucada & Edy Star (1971) Entre a anarquia tropicalista dos Mutantes e a mistura feita pelos Novos Baianos no disco Acabou Chorare, um quarteto virou a MPB de pernas pro ar. Foi a Sociedade Da Grã-Ordem Kavernista, formada por Raul Seixas, Miriam Batucada, Sérgio Sampaio e Edy Star. O único disco da turma, Sessão Das 10, trouxe um deboche típico do mais endiabrado mutante. O ano era 1971. Raulzito ainda não tinha pousado na sopa da música brasileira e defendia um troco produzindo artistas como o lendário Jerry Adriani. Sérgio Sampaio ainda não tinha botado seu bloco na rua. Miriam Batucada fazia pouco barulho. Edy Star, que  assinava apenas Edy, se juntou ao trio de pé-rapados e malditos para fundar a Sociedade, ainda sob os ecos tropicalistas, que completam 30 anos agora em 1998. O LP, corrosivo, saiu pela CBS (atual Sony M