Discoteca Básica; 'Dirty Mind', Prince (1980) Ele entra na década com um salto, um bote. O que diferencia este seu terceiro LP, dos dois anteriores? Está na capa, está no título: a definição de uma identidade - ou imagem ? - e, como friza seu biógrafo Dave Hill, uma atitude. Um ex-menino prodígio enxuga todos os possíveis excessos cabíveis em um multi-instrumentista que é arranjador de sete fôlegos e infinitas filigranas, vocalista de todas as máscaras, gritos e sussurros e seu próprio produtor. Se há algo que incomoda em "Dirty Mind" - e até compromete em "Purple Rain" - é a impressão de se ouvir alguém que pode fazer, em música, tudo o que quiser sem o menor esforço para ser o mais contemporâneo, o mais simples e direto - mais pop, enfim - possível. Tudo isso é verdade, mas se limita ao primeiro lado do disco. A abertura com a faixa -título não deixa dúvidas. Tudo que era difuso no Prince anterior ganha contornos nítidos e, pela primeira vez, a