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Disco da Semana; 'Gigaton', Pearl Jam (2020)

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Disco da Semana; 'Gigaton', Pearl Jam (2020)  30 anos de carreira fizeram do  Pearl Jam  uma banda mais forte, coesa e segura do que quer. Como um dos principais nomes do Rock And Roll no planeta, o grupo liderado por  Eddie Vedder  carrega a pesada responsabilidade de ainda estar aqui em uma realidade que assola Seattle e seus ídolos com mortes, suicídios e tragédias. Transmitindo a imagem de que seus integrantes entendem, respeitam e vivem cada momento pessoal, a banda coloca toda a energia possível quando se reúne para turnês em shows que chegam a durar quase três horas e têm seus integrantes todos com mais de 50 anos de idade; alguns com quase 60. Desde o último disco de inéditas do Pearl Jam passaram-se sete anos, o mundo perdeu Chris Cornell, tornou-se polarizado e passou a enfrentar algumas das crises políticas e sociais mais profundas de sua história, e era chegada a hora de falar sobre isso. Pearl Jam –  Gigaton Nasceu então  Gigaton , o décimo primeiro disco de estúdi

Disco da Semana; 'Lianne La Lavas', Lianne La Havas (2020)

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Disco da Semana; 'Lianne La Lavas', Lianne La Havas (2020) Infelizmente, você não verá o nome de Lianne La Havas no topo das listas de melhores do ano, ela não faz o tipo de música que o crítico branco costuma elogiar, não é moderno o suficiente, nem retrô suficiente, é um disco em 1ª pessoa sem participações de rappers do momento ou cantoras pops. Assim como o gênio Michael Kiwanuka, maior cantor surgido nos anos 2010, a cantora inglesa Lianne La Havas vive numa espécie de limbo dentro da cultura preta que é vendida para pessoas brancas que precisam de ajuda para descobrir música pop. Entenda, não é uma crítica a você, leitor, caso ainda não tenha ouvido “Lianne La Havas” e sim uma constatação no que se refere ao mundo em que vivemos. Existimos em um mundo onde as coisas nos são apresentadas aos montes, quantidades absurdas de informação depositada nas redes sociais como caminhões de areia e que, por mais que tentamos, não conseguimos chegar ao fundo. Então, em algum momento d

Disco da Semana; 'October', U2 (1981)

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Disco da Semana; 'October', U2 (1981) Entender esse disco pouco ouvido do U2 é também entender um pouco mais sobre o processo pelo qual seus quatro integrante moldaram sua longeva amizade. O processo de composição se iniciou logo após o término da "Boy Tour", em fevereiro de 1981. Um primeiro single, "Fire", já havia sido gravada em um estúdio nas Bahamas em um intervalo da gira. Sorbe ela, Bono falou no livro autobiográfico 'U2 by U2', de 2006; "‘Fire’ não foi uma música muito boa. Sempre tive esperança de que a poderíamos compensar à medida que fossemos avançando, mas, por vezes, não conseguimos". Mas o grosso da lista final ainda residia no famoso 'caderno' de Bono. Fato que acabou sendo o grande responsável pela finalização capenga que o disco teve; Segundo consta a lenda, uma pasta com o caderno e outras anotações foi roubada enquanto a banda esteve em Portland com parte da perna americana da turnê e como tudo já e

Disco da Semana; 'The King of Limbs', Radiohead (2011)

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Disco da Semana; 'The King of Limbs', Radiohead (2011) Sempre gostei de bandas que me surpreendem. A música pra mim é tudo, menos nostalgia. Admirar uma música ou uma banda do passado não pode engolir o desejo por se conhecer algo novo. Quando ouvi "Kid A", em 2000, não tive o baque que 99% dos fãs do Radiohead tiveram. Eu aceitei sem pestanejar aquela sensação de 'traição sincera'. "Kid A" e "Amnesiac", os dois discos-irmãos que a banda fez no início dos anos 2000 estão para a carreira da banda como  a fase Berlim de David Bowie nos anos setenta. São os alienígenas que os fãs aprenderam a gostar. Mesmo a volta as 'raízes', que no caso do Radiohead, seria ás guitarras, dos dois discos posteriores, eu não achava que a esquizofrenia demoraria pra voltar. E ela está aqui. "King of Limbs" é um disco difícil e desagradável. Se alguém que nunca ouviu falar do Radiohead escolher esse disco pra ser a sua primeira exper

Disco da Semana; 'Sound & Color', Alabama Shakes (2015)

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Disco da Semana; 'Sound & Color', Alabama Shakes (2015) Quando foi a última vez que você se emocionou com um disco de rock? Se a resposta for “ há muito tempo ”,  Sound & Color  (2014, ATO), segundo e mais recente álbum de estúdio do Alabama Shakes, talvez seja capaz mudar esse resultado. Fuga do imediatismo quase enérgico testado em  Boys & Girls , de 2012, Brittany Howard, Zac Cockrell, Heath Fogg e Steve Johnson encontram no novo registro de inéditas mais do que um aprofundamento do próprio universo de referências, mas uma completa desconstrução e particular montagem de diferentes gêneros lançadas em mais de cinco décadas de produção musical. Blues, Soul, Indie, Country, Gospel e Garage Rock, não importa o estilo, cena ou caminho percorrido pelo quarteto ao longo do disco – o resultado final será comovente, único. Verdadeira prova de conceitos, cada faixa do álbum parece apagar qualquer traço de previsibilidade talvez anunciada dentro da estrutura montada

Disco da Semana; 'Girls In Peacetime Want to Dance', Belle & Sebastian (2015)

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Disco da Semana; 'Girls In Peacetime Want to Dance', Belle & Sebastian (2015) A capacidade de contar boas histórias talvez seja o principal instrumento de trabalho a cada novo álbum do Belle and Sebastian. Personagens fictícios esbarram nas histórias reais de Stuart Murdoch, dramas corriqueiros se escondem em meio a confissões intimistas e versos irônicos passeiam em meio a bases sutis, como se histórias tipicamente adultas fossem acomodadas em uma estrutura de composição pueril. Com o nono álbum de estúdio, Girls in Peacetime Want to Dance (2014, Matador), a essência da banda permanece a mesma, entretanto, a estrutura musical agora é outra, íntima das pistas de dança. Longe de escapar do mesmo ambiente confortável (e pop) reforçado desde Dear Catastrophe Waitress (2003), cada instante do sucessor de Write About Love (2010) parece articulado em meio a tímidos passos de dança. Poderia ser um material perdido do ABBA – na fase Arrival (1976) – ou mesmo uma vers

Disco da semana; 'Turn Blue', The Black Keys (2014)

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Disco da semana; 'Turn Blue', The Black Keys (2014) Abrindo uma exceção na lista de 'discos da semana', vamos com uma novidade; O novo álbum do Black Keys, 'Turn Blue', lançado semana passada. A ótima resenha é do Miojo Indie A interferência de Danger Mouse quanto produtor e “terceiro membro” do The Black Keys desde  Attack & Release , de 2008, trouxe mudanças significativas em relação aos alicerces da banda. Longe do argumento simples e naturalmente cru que havia guiado o Blues Rock de Dan Auerbach e Patrick Carney até o quinto disco, a presença do músico norte-americano serviu para ampliar os limites conceituais da dupla. Não por acaso  Brothers  (2010) e  El Camino  (2011), as obras mais coesas e comercialmente acessíveis da banda seguem a trilha melódica de Mouse, que derrama a medida exata de música negra sobre os acordes sóbrios assinados pelo duo. Com a chegada de  Turn Blue ( 2014, Nonesuch), oitavo álbum da banda de Akron, Ohio, a p