Postagens

Desconstruindo o Pop! Músicas de 2012

Imagem

Desconstruindo o Pop! Discos de 2012

Imagem
01. 'Boys and Girls', Alabama Shakes Do neo-soul rasgado que escorre dos vocais incomparáveis de Brittany Howard e pelo blues rock setentista das guitarras do duo Brittany/Heath Fogg, tudo faz parte de produção musical desse nosso presente revivalista, claro, temperado por uma nostalgia que transita entre o repetitivo e o sublime. Há durante todo o álbum uma marca da herança de heróis como Led Zeppelin, Otis Redding, Sly & Family Stone e até AC/DC. Uma trombada entre Jack White e Amy Winehouse. Um disco delicioso. 02. 'Caravana Sereia Bloom', Céu Esse constante posicionamento entre o passado e o presente faz com que as engrenagens do disco se movimentem de forma dinâmica e envolvente, com Céu, as histórias que a acompanham e os versos que ela constroi servindo como o grande combustível para o registro.  Caravana Sereia Bloom  é um convite a um passeio romântico, nostálgico e macambúzio, um misto de sensações empoeiradas, mas q

Disco da semana; 'To Be Kind', Swans (2014)

Imagem
Disco da semana; 'To Be Kind', Swans (2014) Quem poderia imaginar, após a dissolução do Swans em 1997, que o melhor ainda estava por vir? Depois de desenvolver sua carreira solo e tocar os Angels of Light, Michael Gira anunciou o retorno da banda em 2009 e, desde então, não apenas reviveu o som do Swans, como também o levou a outra escala de grandeza.  The Seer , o monstruoso disco duplo lançado em 2012, trazia mais de duas horas de música ao longo de onze faixas, uma das quais tinha mais de meia hora de duração – nem mesmo os momentos mais extremos da carreira do grupo podiam sugerir essa mudança rumo às durações extremas. Mas Gira e companhia continuam nessa direção em  To Be Kind , com resultados igualmente grandiosos. A capa de  The Seer  era escura com um lobo no meio. A de  To Be Kind  é clarinha, com um bebê em seu centro. Essa mudança visual, junto com o título, sugerem uma maior “gentileza” no som da banda, e por mais estranho que pareça,  To Be Kind  tem a

Música para sentir; 'Heaven Knows I'm Miserable Now', The Smiths (1984)

Imagem
Música para sentir; 'Heaven Knows I'm Miserable Now', The Smiths (1984) Algum de vocês já assistiu o filme 'Desconstruindo Harry', do mestre Woody Allen? Bem, para os que não assistiram, em dado momento, em forma de um pequeno conto, Harry (o personagem de Allen), nos conta uma história que havia criado á respeito de um ator que, um certo dia, fica literalmente embaçado, ou fora de foco, como ele gostava de frisar. Mesmo que todos o afirmassem que ele era o problema, ele insistia em fazer com que os outros revissem as suas opiniões, até chegar ao ponto de comprar óculos para os seus filhos, para que eles se adaptassem a nova realidade, ao invés de ele corrigir o seus problemas pessoais. Pois é, é exatamente assim que estou me sentindo. Você encontrou o seu 'ponto de equilíbrio'? Bom, essa tem sido a minha pergunta mais freqüente; Será que encontraremos, ou vamos ficar a vida inteira passando ou não chegando nos nosso limites? Na vida que eu levo,

Discoteca Básica; 'Songs for young Lovers', Frank Sinatra (1954)

Imagem
Discoteca Básica; 'Songs for young Lovers', Frank Sinatra (1954) Quem foi o dono da voz suprema da música popular americana do século 20? Alguns podem dizer que foi Elvis Presley, outros apostam em Louis Armstrong ou Billie Holliday. Mas os louros devem ficar mesmo para Frank Sinatra, que tombou aos 82 anos no último 14 de maio.  Sinatra foi um dos mais convincentes intérpretes de todos os tempos. Foi quem primeiro entendeu (depois de Bing Crosby) que o microfone não servia apenas para amplificar a voz, deveria ser usado como um instrumento. The Voice passava todas as sutilezas e implicações emocionais que cada canção exigia. Não por acaso, foi por meio de Sinatra que o grande público passou a conhecer e a compreender boa parte dos standards da canção americana.   É difícil pinçar de uma carreira que durou 50 anos um disco-chave para definiir a arte de Frank Sinatra. É sabido, porém. que a melhor fase do cantor é a da gravadora Capitol, por onde gravou en

Eu Estava Lá... Nação Zumbi (Direct TV Hall, 12/12/2003)

Imagem
Eu Estava Lá... Nação Zumbi (Direct TV Hall, 12/12/2003) Mais um deja vú aconteceu no Direct TV Hall. da primeira vez, com o Los Hermanos. Dessa vez com a Nação Zumbi. Bom, esse foi o terceiro e, infelizmente, o mais fraco show da banda que eu assisti (sem contar, o clássico lançamento de 'Afrociberdelia', presenciado por mim, de forma gratuita, alguns anos atrás). E justamente esse show, que deveria ser a cereja no bolo, já que a banda usou para a gravação de um DVD comemorativo de dez anos de banda. As músicas? Bom, na verdade, não há o que falar delas. Todas são ótimas e, agora que estou atualizado com o som da banda, são de meu total conhecimento. É verdade. Eu negligenciei eles durante um bom tempo, e quando assisti ao show do KVA, á uns dois meses, voltei a acompanhar a banda. Aliás, aquele era o show a ser gravado. Num clima de adoração e rave, as músicas pulsavam como um imenso remix. Já aqui, extremamente preocupados com a parte técnica, músicas furi

O Mundo Maravilhoso das Capas de Disco; 'London Calling', The Clash (1979)

Imagem
O Mundo Maravilhoso das Capas de Disco; 'London Calling', The Clash (1979) Certamente uma das imagens mais icônicas capas da história do rock. Nada mal para uma foto fora de foco! Este álbum duplo do Clash foi o seu terceiro,, após o fracasso retumbante de "Give 'Em Enough Rope". "London Calling" não só se tornou um enorme sucesso, apesar de seu tamanho, mas também um marco que determinou o fim do período de Punk, abrindo uma fase mais, digamos, 'social' da banda. Em um ponto de vista de design gráfico, a primeira coisa a dizer é que antes de se tornar uma capa seminal, esta obra começou como uma homenagem da banda para Elvis Presley: eles queriam prestar tributo ao rei, e o fizeram parodiando a capa de seu álbum de estréia, de 1956. As duas imagens se conectam na energia da sinceridade; Enquanto uma mostra alguém perdido na sua música de maneira romântica e idealizada, a segunda mostra alguém quebrando esse paradigma. Destru

Músicas para salvar a sua vida; 'Temptation', New Order (1982)

Imagem
Músicas para salvar a sua vida; 'Temptation', New Order (1982) E este é o lugar onde tudo começou, onde o New Order, como nós conhecemos e amamos, finalmente encontrou sua voz e eclodiu sua música (e, pela primeira vez, a dança). O álbum 'Movement' e os singles anteriores eram bastante sombrios, carregando ainda a palidez do finado Joy Division. 'Temptation' afastou a cortina de fumaça e deixou a luz entrar e inundar os sentidos e, principalmente, fazer-nos dançar. Bernard Sumner, quem diria, também sabia amar. Sabia esganiçar sua voz até o limite e gritar bem alto o quanto alguém era importante para ele. Simples e ingênua. Trilha sonora perfeita para qualquer cena desajeitada sobre amor.  Lançada como single em 82, foi sendo redescoberta com o passar do tempo, sendo remixada e relançada e foi redescoberta por um novo público em 1994, quando fez parte da trilha do filme 'Trainspotting', sendo até citada durante algumas cenas. A letra;

Música + Cinema; 'Born to Be Blue' (2015)

Imagem
Música + Cinema; 'Born to Be Blue' (2015)  – Te pagam dois mil dólares por um beijo e dois dólares pela sua alma. Sabe quem disse isso? – Não. – Marilyn Monroe. Através de diálogos assim, econômicos e não menos vorazes, que logo notamos o tom de  Born to te Blue , uma obra não de primórdios, mas sim de recortes. Procurando retratar um momento, a obra usufrui de todo intimismo possível para nos situar dentro do controverso e genial mundo do lendário trompetista de Jazz  Chet Baker . É sabido que o cultuado e problemático músico, que sempre oscilou entre seu brilhantismo dom e momentos auto-destrutivos, acarretados principalmente por seu envolvimento com heroína. Fruto de uma geração transgressora e, portanto, cheia de excessos é importante salientar que a heroína infelizmente assolou grande parte dos integrantes do movimento artístico-musical originado nos E.U.A. Aqui encontraremos um Chet em processo de recuperação, confrontando seu demônio