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Discoteca Básica; 'The Queen Is Dead', The Smiths (1986)

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Discoteca Básica; 'The Queen Is Dead', The Smiths (1986) TaIvez ainda seja cedo demais para avaliar o verdadeiro impacto dos Smiths na história do rock' n 'roIl e da cultura pop. Poucas vezes foi tão rápido e fácil conquistar a adulação simultânea de público e crítica, pelo menos na velha Grã-Bretanha. E as primeiras manifestações mágicas da parceria Morrissey/Marr - singles preciosos como "Hand In Glove" e "What Difference Does It Make?" - já chegaram com sabor de clássicos instantâneos. Por outro lado, não é nada fácil encontrar traços de suas influências na atual geração de bandas ... Os Smiths foram o último suspiro de originalidade no rock britânico, a última banda relevante da explosão indie e  o último legado da linhagem de Manchester que havia dado Buzzcocks e Joy Division. Seus verdadeiros trunfos estavam em suas excentricidades: conseguiram soar ao mesmo tempo extremamente punk e pop, sem contar o homoerotismo celibatári

MÚSICA + CINEMA; 'Control - A História de Ian Curtis' ('Control', 2007)

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Música + Cinema; 'Control - A História de Ian Curtis' ('Control', 2007)  Dirigido por Anton Corbijn Os últimos anos da vida de Ian Curtis (Sam Riley), vocalista da lendária banda inglesa Joy Division. Curtis, que teve uma trajetória curta e intensa, ficou famoso por seu talento de letrista e por suas performances épicas à frente da banda. Sofrendo com os ataques de epilepsia, sem saber como lidar com o seu talento e dividido entre o amor por sua mulher e filha e um caso extraconjugal, ele se enforcou em 18 de maio de 1980, aos 23 anos. O cinema adora alguém que possa transformar em mártir. De heróis da história antiga a revolucionários contemporâneos, essas figuras são recorrentes. Melhor ainda se forem artistas, atormentados e morreram jovens. De Sylvia Plath a Kurt Cobain todos já ganharam sua cinebiografia. Por isso é de se estranhar a demora para surgir uma ficção sobre Ian Curtis, líder da banda Joy Division, que se matou aos 23 anos em 1980, pouco

Discoteca Básica; 'Pérola Negra', Luiz Melodia (1973)

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Discoteca Básica; 'Pérola Negra', Luiz Melodia (1973) Algumas vidas se revelam como nota de rodapé, a sombra, o apêndice de um único gesto da juventude. Por mais que um artista queira se subtrair do estigma, este se impõe contra a vontade do criador, como letra marcada a feno. Aos 46 anos de idade, o compositor e cantor carioca Luiz Melodia tenta esquecer em que ano estamos - exatamente como nos versos de "Pérola Negra". a faixa-título do seu primeiro LR de 1973. Houvesse ele abandonado a carreira para virar contrabandista na África, como o poeta Arthur Rimbaud (outro maldito pelos feitos juvenis), ainda assim seria lembrado por causa de Pérola Negra. Estacou ali, aos 23 anos, num ano que todo mundo já esqueceu, salvo ele. Melodia extraiu material do Estácio, bairro-berço do samba clássico, cuja forma foi fixada em 1931 pelos bambas do local, como Ismael Silva. Bide, Balaco e Brancura. Seu pai, o violonista Osvaldo Melodia, freqüentava a roda de bambas, e

Disco da Semana; 'The Hope Six Demolition Project', PJ Harvey (2016)

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Disco da Semana; 'The Hope Six Demolition Project', PJ Harvey (2016) Em seus primeiros álbuns, Polly Jean Harvey queria nos passar uma sensação autobiográfica, o som de uma jovem mulher derrubando portas portas para assumir o patriarcado, demarcando sua visão pessoal sobre o feminismo, e expressando uma desaprovação furiosa das expectativas quanto a como uma mulher tem  que agir, pensar e sentir. Ultimamente, seus álbuns têm se expandido para fora, para contar histórias. Ou 'a' história. Visões e estudos sobre violência, guerra e pobreza. Seu álbum anterior, "Let England Shake", explorou a carnificina psíquica que a primeira guerra mundial proporcionou a sua Inglaterra natal. Já o novo álbum, 'The Hope Six Demolition Project', é praticamente um documentário poético jornalístico sobre relatos  e experiências sobre três lugares específicos;  Kosovo, Afeganistão e Washington, DC. E o que ela conseguiu foi um dos melhores discos de prote

Música para Sentir; 'Wake Up!', Arcade Fire (2003)

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Música para Sentir; 'Wake Up!', Arcade Fire (2003) Amadurecimento é uma benção. Benção? De quem? Eu quero somente entender o porque das coisas sem saber da verdade. Eu quero só ser mais um sorriso amarelo na multidão. Nada mais importa. O meu coração não precisa de tudo mesmo. Uma marcha, talvez. Precisamos de uma marcha. Fúnebre, porém singela. Épica, porém pequena. Construída sobre a melancolia dos mais velhos. Erguida nos ombros cansados dos anos oitenta. Trinta anos de idade. Talvez, e sempre, seja a hora de acabar. Um grito de libertação! Eu corro pelas ruas gritando o seu nome! Liberdade! Amor! Eu quero sumir no cinza da poluição... Eu quero chorar só mais uma vez. É verdade! Me faz chorar mais uma vez. A melodia perfeita pela milésima vez. Eu quero cantar a redenção. Redenção dos infelizes. Perdemos o sentido para chegarmos aqui. Todos nós estamos velhos demais para nos importamos com a imagem. Faça a sua vida andar. Faça a sua vida ser melhor. Faça a su

As Favoritas de... Thomas Mars (Phoenix)

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As Favoritas de... Thomas Mars (Phoenix) Nascido em 1976, Thomas Mars cresceu em Versailles, na França e formou o Phoenix com colega de escola Chris Mazzalai no início dos anos 90. Com a adição do irmão mais velho de Mazzalai, Laurent Brancowitz, (cuja banda anterior tinha se dissolvido, e depois se reformado como o Daft Punk) e Deck d'Arcy, o quarteto francês lançou o debut em língua Inglesa, 'United',  em 2000.  O sucesso demorou um pouco, mas três álbuns depois, em 2009,  Wolfgang Amadeus Phoenix os colocou definitivamente mapa dos EUA, especialmente, com os hits '1901' e 'Lisztomania', que deram a banda um Grammy. Mars é casado com Sofia Coppola, e vive em Paris. Na sua lista, conseguimos delinear perfeitamente as influências da sua banda.  Para ler os textos originais, com comentários, em Inglês, clique aqui . Tracklist; 01. 'Jamais Content', Alain Souchon 02. 'Love Missile F1-11', Sigue Sigue Sputnik 03. 

Discoteca Básica; 'Fa-tal: Gal a Todo Vapor', Gal Costa (1971)

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Discoteca Básica; 'Fa-tal: Gal a Todo Vapor', Gal Costa (1971) Em 1971, quando rolou o show Vapor Barato, transformado num disco duplo gravado ao vivo no Teatro Tereza Rachel, no Rio, Gal Costa, mais que musa, era a estrela sobrevivente da saga tropicalista. Sob as botas do governo Médici (1969-1974), com os mentores do movimento, Caetano e Gil no exílio, a juventude antenada da época vivia entre a guerrilha e os vapores baratos que subiam dos charos acesos pela oposição lisérgica ao governo. Imantada por Gal, boa parte desta fatia viajante da galera se reunia (no Rio) num trecho da praia da Ipanema repleto de dunas, onde sena construído um emissário submarino de esgoto. Eram as "dunas do barato", ou como se dizia no baianês da época. "as dunas de Gal". cantora da MPB. Só ela vai dos cochichos de João Gilberto aos urros de Janis Joplin sem trair a Dalva de Oliveira que mora no sentimentalismo deste país de três raças tristes. Vapor Barat

Favoritos da Casa... St. Vincent (Tulsa, Oklahoma, USA)

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As Favoritas da Casa... St. Vincent (Tulsa, Oklahoma, USA) Annie Clarke, ou St. Vincent, seu alter-ego, é uma figura única no cenário do Pop Alternativo. Se em um primeiro olhar, esperamos mais uma cantora doce, de voz suave e carisma melancólico, quando nos aprofundamos e entramos na viagem, ganhamos uma musa estranha, experimental, barulhenta e vingativa. Já havíamos experimentado essa sensação antes, com PJ Harvey. E apesar de estarmos falando de duas artistas totalmente diferentes em sonoridade e influências iniciais, temos ao final, duas cantoras que fazem do inusitado seu cartão postal. Espere sempre o inesperado quando se trata das duas. Seguindo em frente, Annie largou a faculdade de artes e iniciou sua carreira como vocalista de apoio da banda Polyphonic Spree e depois, se junto a banda do músico estadunidense Sufjan Stevens. Só por ai, já conseguimos ter a medida do universo em que ela gostava de se envolver. Seu primeiro trabalho solo, 'Marry Me&

Desconstruindo o Pop! Playlist # 25; 'When You Wake Up You'll Find Me'

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Desconstruindo o Pop! Playlist 25; 'When You Wake Up You'll Find Me'

Shows Completos; Radiohead, I-Days Festival, Milão, Itália, 16-06-2016

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Shows Completos; Radiohead, I-Days Festival, Milão, Itália, 16-06-2016 Set List; Daydreaming Desert Island Disk Ful Stop Airbag 15 Step Myxomatosys The National Anthem All I Need Pyramid Song Everything In Its Right Place Reckoner Bloom Weird Fishes/Arpeggi Idioteque The Numbers Exit Music (For a Film) Paranoid Android No Surprises Nude 2+2=5 Bodysnatchers Fake Plastic Trees Lotus Flower Creep Karma Police

Discoteca Básica; 'Fruto Proibido', Rita Lee & Tutti Frutti (1975)

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Discoteca Básica; 'Fruto Proibido', Rita Lee & Tutti Frutti (1975) Ela havia saído da melhor banda de rock da história do Brasil - os Mutantes -, com quem forjara cinco dos mais importantes álbuns pop brasileiros de todos os tempos. Ao final da viagem de humor e psicodelismo que empreendeu entre 66 e 72 com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, a paulistana ruiva e magricela batizada com o sonoro nome de Rita Lee já não se contentava em cantar algumas músicas e tocar pandeiro. Ela participara do centro criativo dos Mutantes, fazendo letra e música, tocando, cantando,pensando. Expulsa dos Mutantes, Rita Lee chegava à carreira de popstar com currículo ímpar: nenhuma mulher se destacara no rock brasileiro como ela. Rita foi a primeira cantora-compositora-roqueira-instrumentista e a primeira mulher na música a abusar da rebeldia, da irreverência, da ironia, da inteligência. O fim traumáticos dos Mutantes deu à garota garra para se provar e se firmar no cenár

Música para sentir; 'Love's a Game', The Magic Numbers (2009)

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Música para sentir; 'Love's a Game', The Magic Numbers (2009) Tudo é feito de alguns 'talvez'. Acontece todo o tempo. O tolo que talvez eu seja por ser seu. A inocente que acreditaria em mim e andaria na linha. O erro que você cometeria por ser do jeito que você é. Mas, definitivamente, eu sou o seu erro mais honesto. E é exatamente isso que eu gostaria de ser pra você. Não é uma mentira e acontece o tempo inteiro. E nós sabemos, quando estamos lá em cima, que isso é verdade. Ninguém precisa de jogos para olhar nos olhos e dizer que ama. Ninguém precisa de esconderijos para simplesmente admitir que precisa daquilo. Sim, acontece. Sentados no carro, a chuva escorrendo no vidro. O som baixinho e o sensação de complemento. Tudo tão intenso quanto deveria ser. A verdade é tão perfeita que não precisa ser dita. O amor é isso? Pra mim é. Pequenas coisas. Pequenos atos. Olhares compreensivos e nenhuma necessidade de explicar. E