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Disco da Semana; 'Girls In Peacetime Want to Dance', Belle & Sebastian (2015)

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Disco da Semana; 'Girls In Peacetime Want to Dance', Belle & Sebastian (2015) A capacidade de contar boas histórias talvez seja o principal instrumento de trabalho a cada novo álbum do Belle and Sebastian. Personagens fictícios esbarram nas histórias reais de Stuart Murdoch, dramas corriqueiros se escondem em meio a confissões intimistas e versos irônicos passeiam em meio a bases sutis, como se histórias tipicamente adultas fossem acomodadas em uma estrutura de composição pueril. Com o nono álbum de estúdio, Girls in Peacetime Want to Dance (2014, Matador), a essência da banda permanece a mesma, entretanto, a estrutura musical agora é outra, íntima das pistas de dança. Longe de escapar do mesmo ambiente confortável (e pop) reforçado desde Dear Catastrophe Waitress (2003), cada instante do sucessor de Write About Love (2010) parece articulado em meio a tímidos passos de dança. Poderia ser um material perdido do ABBA – na fase Arrival (1976) – ou mesmo uma vers

Desconstruindo o Pop! Playlist # 29; 'Don't Ask For The Moon... We Have The Stars!"

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Desconstruindo o Pop! Playlist # 29; "Don't Ask For The Moon... We Have The Stars!";

Discoteca Básica; 'The Madcap Laughs', Syd Barrett (1970)

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Discoteca Básica; 'The Madcap Laughs', Syd Barrett (1970) Você sabia quem foi o cara que batizou o Pink Floyd? Ao citar o grupo,a maioria das pessoas se lembra de The Dark Side Of The Moon (Discoteca Básica 21) lançado em 73. Notável recordista em permanência na parada da Billboard (303 semanas!). o disco ainda vende horrores até hoje. Mas fãs radicais - entre os quais eu me incluo - dariam prioridade ao primeiro álbum, The Piper At The Gates Of Dawn, gravado em 67, no mesmo estúdio em que os Beatles estavam concebendo seu Sgt. Peppers ... Cada banda ia xeretar o que a outra fazia - e era comum fumarem alguns "baseados" juntos, No Pink Floyd, quem é que dava as cartas? Syd, líder do grupo e autor de dois singles clássicos: "Arnold Layne" e "See Emily Play".  Precursor do psicodelismo na aurora efervescente da swinging London, foi um caso curioso: filho caçula de uma família numerosa - mas próspera - , ele cresceu amar

Videodrome; 'Hurt', Johnny Cash (2002)

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Videodrome; 'Hurt', Johnny Cash (2002) Não pode haver melhor história de fundo na história da música  que o vídeo de Mark Romanek para a versão de Johnny Cash para 'Hurt', clássica faixa do Nine Inch Nails, feito apenas sete meses antes da morte de Cash, aos 71 anos de idade. O vídeo utiliza imagens do arquivo particular do 'Homem de Preto', sem romantizar sua vida. Em uma casa abandonada em Nashville, cercado por frutas semi-apodrecidas, Romanek versou sobre o estado de saúde de Cash, amargo e sincero, como suas canções foram. O vídeo definitivo. Um epitáfio glorioso. Para quem não conhece a original. clique aqui .

Música + Livros; 'The Smiths: A Light That Never Goes Out', de Tony Fletcher

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Música + Livros; 'The Smiths: A Light That Never Goes Out', de Tony Fletcher  Essa é a primeira biografia do The Smiths publicada no Brasil, um lançamento recente da  Editora Record  que me foi enviado como cortesia. Gosto de Smiths e acho a figura do Morrisey interessante, a leitura foi ótima para poder conhecer mais da história da banda, que é bem curiosa. A história começou nos idos dos anos 80, com três caras mais novos que queriam montar uma banda, mas precisavam de um vocalista. O guitarrista, Johny Marr, foi bater na porta de Morrisey, um cara mais velho e talentoso que era conhecido por ali e assim começou uma amizade instantânea e uma parceria intensa. Junto com a dupla formada pelo baixista Rourke e pelo baterista Joyce, estava formado o The Smiths. A exemplo de outras grandes bandas como Beatles e Rolling Stones, o The Smiths tinha um modelo de formação onde dois integrantes se destacam e dominam absurdamente a banda e os outros ficam apagados, mu

Shows Completos; Radiohead, NOS Festival, Oeiras, Portugal - 08/07/2016

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Shows Completos; Radiohead, NOS Festival, Oeiras, Portugal - 08/07/2016 O Radiohead retornou aos palcos europeus com a turnê do álbum 'A Moon Shaped Pool', um disco denso e delicado ao mesmo tempo. De cara, os shows abrem com cinco músicas novas e depois, uma avalanche de músicas tão díspares como 'Creep' e 'Nude', um passeio pelo catálogo único de Thom Yorke e cia. Esse é o primeiro show em qualidade profissional a ir para a internet. Aproveite! Set list; 01. 'Burn the Witch' 02. 'Daydreaming' 03. 'Decks Dark' 04. 'Desert Island Disk' 05. 'Ful Stop' 06. 'My Iron Lung' 07. 'Talk Show Host' 08. 'Lotus Flower' 09. 'The Gloaming' 10. 'Exit Music (For a Film)' 11. 'The Numbers 12. 'Identikit' 13. 'Reckoner 14. 'Everything In Its Right Place 15. 'Idioteque' 16. 'Bodysnatchers' 17. 'Street Spir

Discoteca Básica; 'Vincebus Eruptum', Blue Cheer (1968)

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Discoteca Básica; 'Vincebus Eruptum', Blue Cheer (1968) Nem Led Zeppelin, nem Black Sabbath, muito menos Deep Purple. Além de terem surgido depois do Blue Cheer, estes grupos "pegavam leve" se comparados ao trio californiano peso-pesado, que foi o verdadeiro inventor do heavy metal. Foi o grupo que projetou os arquétipos da corrente hard/heavy do rock, através de vocais ultra-agressivos, amplificação saturada, microfonias e distorções elevadas, sem falar no visual desgrenhado. Formado por volta de 66, em plena San Francisco psicodélica, o Blue Cheer (nome de um tipo poderosíssimo de LSD) contava com o baixista/vocalista Dickie Peterson (egresso de uma banda obscura chamada Oxford Circle), o guitarrista Leigh Stevens e o baterista Paul Whaley. Eram gerenciados por um tal de Gut, que foi um dos fundadores dos Hell's Angels - e não por acaso, o trio se tornou a banda predileta da violenta gangue de motoqueiros. Eles já entraram arrebenta

Disco da semana; 'Turn Blue', The Black Keys (2014)

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Disco da semana; 'Turn Blue', The Black Keys (2014) Abrindo uma exceção na lista de 'discos da semana', vamos com uma novidade; O novo álbum do Black Keys, 'Turn Blue', lançado semana passada. A ótima resenha é do Miojo Indie A interferência de Danger Mouse quanto produtor e “terceiro membro” do The Black Keys desde  Attack & Release , de 2008, trouxe mudanças significativas em relação aos alicerces da banda. Longe do argumento simples e naturalmente cru que havia guiado o Blues Rock de Dan Auerbach e Patrick Carney até o quinto disco, a presença do músico norte-americano serviu para ampliar os limites conceituais da dupla. Não por acaso  Brothers  (2010) e  El Camino  (2011), as obras mais coesas e comercialmente acessíveis da banda seguem a trilha melódica de Mouse, que derrama a medida exata de música negra sobre os acordes sóbrios assinados pelo duo. Com a chegada de  Turn Blue ( 2014, Nonesuch), oitavo álbum da banda de Akron, Ohio, a p

Desconstruindo o Pop! Playlist # 28; 'Vanity is definitely my favorite sin'

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Desconstruindo o Pop! Playlist # 28; 'Vanity is definitely my favorite sin'

Música + Cinema; 'Coração Louco' ('Crazy Heart', 2009)

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Música + Cinema; 'Coração Louco' ('Crazy Heart', 2009)  Dirigido por Scott Cooper Com Jeff Bridges, Maggie Gyllenhall e Colin Farrel. A primeira cena de  Coração Louco  ( Crazy Heart , 2009) é icônica e resume bem a vida que leva o protagonista da trama. Embalado em música country, um carro percorre uma grande distância. Quando chega ao seu destino, um boliche decadente no meio do nada, sai dali a estrela da noite: Bad Blake ( Jeff Bridges ), com seu chapéu surrado, o cinto desafivelado, calça jeans aberta, camisa rasgada no cotovelo e um galão cheio de um certo líquido amarelo que ele despeja ao lado de sua picape vermelha enquanto amaldiçoa o seu empresário. Blake, que já foi mais famoso, ainda consegue atrair um certo público aos shows que faz nessas cidades minúsculas do sul dos Estados Unidos. A audiência desses pequenos bares onde toca acompanhado de uma banda local é composta basicamente por pessoas da sua faixa etária, tão ou mais embriagadas que e

Música para sentir; 'Tired of being Alone', Al Green (1971)

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Música para sentir; 'Tired of being Alone', Al Green (1971) Acorde. Olhe no espelho. Um café da manhã e o jornal do dia. Caminhos iguais que não fazem diferença. Banho, roupas, 'tchau', trabalho. Os olhares estão em todos os lugares, mas você não está. Por que é tão  difícil  te encontrar! Em cada aresta, em cada sala, nada além do igual. Incomoda. E muito! A fila do cinema é sempre a mesma. A noite é  sempre  a mesma. Baladas, pessoas, chuva e a valeta até o amanhecer. Alguém está aqui perto para me ajudar? Quanto eu preciso pagar? Á cada momento, eu vejo mais e mais o tempo passando. Tranqüilo e rápido. Não espera você chama-lo de volta. Crise de meia idade? Talvez... Confortavelmente sozinho.  Peculiarmente  dependente. Sexo e amor não estão combinando. Amizade e sexo também não. Amor e amizade? E o sexo? Talvez estejamos apenas cansados de ficar sozinhos á noite assistindo TV. Vida sem sentindo. Beijo sem amor. Tesão sem sexo. É... é nisso