Música + Livros; 'The Smiths: A Light That Never Goes Out', de Tony Fletcher
Música + Livros; 'The Smiths: A Light That Never Goes Out', de Tony Fletcher
Essa é a primeira biografia do The Smiths publicada no Brasil, um lançamento recente da Editora Record que me foi enviado como cortesia. Gosto de Smiths e acho a figura do Morrisey interessante, a leitura foi ótima para poder conhecer mais da história da banda, que é bem curiosa.
A história começou nos idos dos anos 80, com três caras mais novos que queriam montar uma banda, mas precisavam de um vocalista. O guitarrista, Johny Marr, foi bater na porta de Morrisey, um cara mais velho e talentoso que era conhecido por ali e assim começou uma amizade instantânea e uma parceria intensa. Junto com a dupla formada pelo baixista Rourke e pelo baterista Joyce, estava formado o The Smiths.
A exemplo de outras grandes bandas como Beatles e Rolling Stones, o The Smiths tinha um modelo de formação onde dois integrantes se destacam e dominam absurdamente a banda e os outros ficam apagados, muitas vezes nem sendo pagos corretamente. Foi assim que Morrissey e Marr fizeram com que a banda chegasse ao topo tão rápido: eles tinham uma química juntos que tornava os outros ao redor praticamente invisíveis.
Morrissey, deliciosamente trágico como só ele pode ser, por várias vezes chegou a afirmar que Marr salvou sua vida ao bater em sua porta e convidá-lo a fazer parte do Smiths. Lendo essa biografia, fica até fácil concordar com ele.
As composições de Morrissey aliadas ao talento musical de Marr fizeram com que a banda se tornasse um sucesso meteórico, com suas canções cheias de melancolia, ironia e sarcasmo. Indo na contramão das bandas do momento, o Smiths cantava para os desajustados, para os solitários, para aqueles que se sentiam inadequados perante a sociedade. Essa postura ia além da música, com Morrissey se apresentando em rede nacional usando aparelho auditivo e óculos de grau gratuitos do sistema de saúde. Era como se ele dissesse aos seus fãs que era igual a eles e que eles, da mesma forma, podiam ser iguais a Morrissey.
O grupo durou cinco anos quase exatos e acabou da mesma forma que começou: em um gesto de Marr. O livro cobre todo esse período e ainda traz teorias do que teria acontecido se a banda continuasse, com Tony Fletcher analisando todos os panoramas possíveis. Melhor acabar no auge ou continuar até o declínio? Uma banda como Smiths seria possível de se tornar ruim algum dia? É difícil dizer.
O que sabemos é que temos aqui um retrato apaixonado e minucioso dos poucos anos que durou o Smiths. O livro é quase uma bíblia da banda, extremamente rico em detalhes e narrado de forma divertida e gostosa de ler. A edição traz ainda algumas fotos históricas e mapas da vizinhança onde os integrantes da banda moravam no inicio de suas trajetórias musicais. O livro não só conta a história do Smiths, mas contextualiza a banda em seu tempo e traz uma visão incrível do cenário musical da época, se tornando assim uma leitura obrigatória para quem gosta de música, sendo fã do Smiths ou não. Certamente um desses livros pra gente guardar no coração depois da leitura.
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