Discoteca Básica; 'Appetite for Destruction', Guns n' Roses (1987)



Discoteca Básica; 'Appetite for Destruction', Guns n' Roses (1987)

Coube a eles resgatar o romantismo de ser bad boy. Afinal, na segunda metade dos anos 80, faltava cara de mau no meio dos chorosos alternativos. E para combater isso não havia nada melhor do que a trilogia "sexo, drogas e rock’n’roll", revisada de tempos em tempos. O Guns assumiu a missão de devolver o gosto da subversão ao rock. Não foram poucos os que, inspirados pelas atitudes da banda, tiraram a jaqueta de couro do armário e compraram um Jack Daniels no primeiro boteco. Era de novo a hora e a vez de o cabelo crescer.


O grupo surgiu quando Axl Rose (nome artístico de William Bailey), um adolescente de passado problemático, fã de Queen e Eletric Light Orchestra, cruzou o caminho do guitarrista Izzy Stradlin. Corria o ano de 1985. O local do encontro foi a cidade de Los Angeles, uma espécie de templo do rock americano dos anos 80. O nome Guns N’ Roses foi tirado de duas antigas bandas da dupla, a L.A. Guns e a Hollywood Roses.

Os outros agregados da gangue foram mais que suficientes para alimentar a imagem punk do grupo. O guitarrista Slash (nome verdadeiro: Saul Hudson) era filho de figurões da indústria fonográfica; o baixista Duff McKagan se orgulhava de ter roubado 133 carros num passado não muito remoto e o baterista Steven Adler vivia chapado de álcool e heroína.

Essa turma preencheu uma lacuna de celebridades e entusiasmo no rock. Os requisitos? Shows viscerais, declarações politicamente incorretas e uma postura pra lá de arrogante.


Chegaram rapidamente ao status de banda grande e viraram capa de revista. O então carismático vocalista Axl Rose povoou sonhos adolescentes por todo o planeta. Depois de Appetite For Destruction, esse mesmo Axl virou um chato, esquecendo o rock’n’roll com baladas épicas entediantes. Porém, antes de seu ego sair do controle, o Guns lançou um clássico indiscutível. O sucesso resultou em comparações inevitáveis com o Aerosmith.

Appetite For Destruction acerta na mosca a massa roqueira, com suas músicas pegajosas com boas doses de pop. Hits instantâneos - como "Welcome To The Jungle", "Sweet Child O’Mine" e "Paradise City" - pegaram muito bem na época, agradando igualmente à menininha inocente e ao cervejeiro encrenqueiro.

O que marca o disco é a despretensão nas letras e na atitude. Axl demonstra personalidade nas melodias, abusando de sua voz rasgada. A sessão rítmica é eficaz. Mas cabe a Slash, porém, o merito de desequilibrar a receita. Em Appetite, se consagra com riffs certeiros e solos muito inspirados - como o de "Sweet Child O’Mine". Méritos também a Izzy Stradlin, um verdadeiro hitmaker, primeira grande baixa da banda.

O Guns N’ Roses ainda tem a chance de mostrar novamente suas armas no eventual novo álbum que Axl está preparando. Mas, com a confirmada notícia da demissão de Slash, a tendência é desandar a maionese de vez. 

Gastão Moreira (Revista Bizz, edição 146, Setembro de 1997)


Tracklist;

01. Welcome To The Jungle
02. It's So Easy
03. Nightrain
04. Out Ta Get Me
05. Mr. Brownstone
06. Paradise City
07. My Michelle
08. Think About You
09. Sweet Child O' Mine
10. You're Crazy
11. Anything Goes
12. Rocket Queen


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