Música para Sentir; 'How to Disappear Completely', Radiohead (2000)
Música para Sentir; 'How to Disappear Completely', Radiohead (2000)
Inércia.
Inércia.
Rotatividade de acontecimentos.
Existência contestada.
Vazio.
Sem cheiro. Sem cor. Sem razão.
Parece tudo bonito. E na realidade, é. Duas pessoas que se encotram, seja elas no universo familiar de mãe e filho, ou no amoroso/sexual de um homem e uma mulher, ou no alimento da alma que a relação entre duas pessoas e uma mesa com copos de cerveja traz. Vive-se, agrega-se, compartilha-se e, inevitavelmente no meu caso, chega-se ao fim. Acaba.
Mas o mundo continua. Sem mim. Eu não estou mais lá. Eu não faço mais parte de algo que eu construi. Estou me supervalorizando? Sim. Eu mereço me supervalorizar. Porque ninguém nunca o fará.
Ninguém nunca admitira a minha importância.
Seja ela um chefe que de repente se torna frio, ou uma família que não se conecta e amigos que destroem e se reconstroem com facilidade por que é fácil ignorar algo como eu.
Eu nasci para ser ignorado e por isso, talvez, me esforce muito para que me notem. Exagero para que me notem. Tenho pavor da rejeição. E ela é quem tem sido a minha mais fiel companheira.
Hoje vivo no mundo da superficialidade. Superficialidade esta que vejo como saída. Saída para uma vida que não enxergo como possível. Hoje, decreto a minha morte social.
Não existo mais profundamente. Minha mulher me conhece assim mas, não é bom para um casamento transformar sua esposa em sua terapeuta. Ela precisa continuar me dando tesão e vontade de me divertir junto dela, e focar todas as minhas frustrações nela e esperar uma resposta é suicídio matrimonial. Não vou destruir isso na minha vida.
Eu estou triste. Cansado. Desapontado. Fechado. Amargurado. Ansioso. Nervoso. Bêbado sem beber.
Não faz mais efeito.
O que faz efeito quando se tem despertado sentimentos ruins como raiva, desprezo, desejar mal pra alguém? Não tenho uma espiritualidade evoluída o suficiente pra escapar dessa armadilha.
Queria muito desaparecer. Mas eu não sei como. E eu já escrevi isso antes, numa música. Continuo igual... Inerência, lembram?
Conectar pessoas e não estar mais conectado a elas. Como se o mundo fosse melhor sem mim.
E é.
Parabéns... Todos venceram.
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