Desconstruindo o Pop! 10 artistas que você deveria conhecer


Blossoms (Stockport, Inglaterra)

Eles são descaradamente indie, mas com ambição de ser mais pop. Uma mistura de Arctic Monkeys com Abba, o que parece improvável, ou o tipo de coisa que bandas jovens dizem quando estão disputando a atenção. Mas não é que a descrição faz sentido? Teclados e sintetizadores, com linhas de baixos marcantes e melodias grudentas, tudo embalado por um aspecto do Rock Inglês oitentista no contexto da cena de 'Madchester', do início dos noventa

'Queremos ser tão grandes quanto os Smiths... Ou o Will Smith!' brinca o vocalista Tom Ogden. Frase que poderia ter saído de um dos bardos dos anos noventa, como Noel Gallagher ou Damon Albarn. Há no Blossoms um pouco desse espírito desbocado. Ufa!

Confira 'Blown Rose'




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Le Roy (Munique, Alemanha)


Música eletrônica DYI e Low-Fi. O 'Faça você mesmo' do Punk encontrando a baixa tecnologia do início dos anos oitenta filtrada pelo olhar sempre distorcido da cultura germânica na pequena-gigante Munique. Leo Hopfinger, que assina como Le Roy faz música ambiente levemente dançável. Levemente desconexa. Altamente moderna. Típico de quem não sabe tocar e não quer aprender. Prolifera sua mente irriquieta através da música feita em computadores e sintetizadores analógicos.




Seu trabalho é semi-autoral. Cheio de pequenos samples quase imperceptíveis em uma colagem inventiva e pouco ortodoxa. Obviamente inspirado no Krautrock e na música eletrônica inspirada nesse movimento, ele vem lançando singles e Ep's digitais por pequenos selos alemães. É uma figura estritamente underground onde o underground ainda faz sentido.




Confira sua playlist no Soundcloud e saia hipnotizado. (O modo embutido não está disponível. Clique no link para redirecionar a pagina com a playlist. Vale a pena ;-) )







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Shields (Newcastle, Inglaterra)

Depois de alguns singles recentes com um brilho pop espetacular, ficou a pergunta se os nortenhos do Shields  eram capazes de um álbum de estréia completo no mesmo nível. 

O resultado é 'How can We Fix This?', quase uma resposta para a dúvida. Cheio de um infeccioso Pop polido e superficial divertidíssimo e perfeitamente realizado. Filhos de bandas das gerações mais recentes, como o Futureheads e o Maximo Park, soando talvez melhores que seus antecessores.

O quinteto, formado por Luke Elgie, Richard Sutton, David Williams, John Martindale e Tom Larthe tem quase um visual boyband desalinhado. Apostam nesse esteriótipo Indie Dance tão reciclado ultimamente, mas com uma esperteza que gruda na orelha e nos remete a quando a música pop Inglesa nos fazia dançar.

O álbum é sim 
o primeiro bom lançamento do ano, e se essa afirmação carece de credibilidade dada a nossa posição no calendário, vamos perguntar novamente lá para o meio da temporada (que promete, por sinal). Confira cinco faixa na página oficial da banda no Soundcloud.



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Niagara Fools (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, BR)

O nome remete ao desenho do Pica-Pau. Sim, aquele famoso que o incauto guarda das cataratas do Niagara é jogado repetidamente água abaixo dentro de um barril. Porém, apesar da referência cômica, este quarteto gaúcho formado por  Bruno Mittmann, Mauricio Klafke, Hayram Soares e Robson Fiorese faz um rock sem piadas e pronto pra tocar em qualquer lugar. Com referências que passam por toda a nova onda de rock do novo milênio, e o EP recém-lançado mostra bem isso. Vide a preferida do blog, 'Bebê Aranha' e sua pegada Strokes.

Como isso ainda não está nas rádios, é o que eu me pergunto.

Confira as quatro faixas na integra.



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www.niagarafools.tk




American Wrestlers (St. Louis, USA)

O Expatriado escocês Gary McClure canta como um tenor frágil, mas esperançoso como um feixe de luz de uma lanterna barata, e com o American Wrestlers, ele tropeça com um cavalo azarão com seu som lo-fi que permite  suas melodias brilharem. Seu álbum de estréia, gravado ao vivo no estúdio de sua cidade natal adotada, St. Louis, lançado ano passado pelo lendário selo Fat Possum, é como uma caia de lembranças da infância. O som remete a Superchunck, Dinosaur Jr. e Yo La Tengo. O que, no meu caso, tamém remete a minha infância. Desde já, uma das grandes agradáveis surpresas desse ano.

Confira a faixa 'Kelly', na página oficial no Soundcloud;




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americanwrestlers.bandcamp.com/releases




Fábio Cardelli (São Paulo, SP)


Fábio Cardelli cresceu entre mesas de som, amplis, equipamentos, programas de áudio, microfones, teclados, baterias, baixos, instrumentos musicais diversos e guitarras, muitas guitarras. Respirou música praticamente 24 horas por dia na sua infância, presente diariamente no estúdio do pai – também músico e produtor musical. Nada mais natural que Fábio tenha aprendido a tocar diversos instrumentos. Hoje em dia, são poucos os instrumentos que ele não saiba lidar.
Apesar de estar estreando como solo, seu envolvimento no cenário musical independente é de longa data. Fundou o Coletivo Escárnio & Osso (2003-2010), uma organização horizontal, envolvendo dez bandas. Enquanto guitarrista e vocalista da banda Wasted Nation lançou o CD “Folclore da Nação Desperdiçada” e excursionou pelo interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso, entre 2001 e 2007. Em seguida, com a banda Visitantesapresentou-se em mais de 100 shows em todas as regiões do país. Lançaram o álbum “Na Brasa Fugaz da Cana Queimando” (conhecido como o álbum da lata) e tiveram dois clipes veiculados na MTV, “Jambo!” e “O Castelinho da Rua Apa”.
O seu disco de estreia solo, “A Palavra dos Olhos”,  é a seleção de dez entre mais de trinta canções produzidas entre 2012 e 2014, todas de sua autoria.
As faixas foram construídas na melhor tradição da música pop e demonstram a habilidade de Fábio para criar linhas melódicas inspiradas. Uma atmosfera ligeiramente melancólica de blues perpassa todo o disco, uma ligeira ingenuidade de Jovem Guarda, alguns perfumes brasileiros, algumas declarações de amor ao rock. Porém, ao invés de ressaltar o viés romântico em arranjos de cordas blasé, Fábio optou por deixar suas canções com uma sonoridade propositalmente desleixada, irreverente e “noisy”, protegendo e expressando toda a fúria que existe no amor.

Embora tocando grande parte dos instrumentos, Fábio contou em algumas faixas com a colaboração de músicos de diversas bandas. Ao longo do disco, temos participações de Bruno Paschoal (guitarra, Terno Rei), Guilherme Chiapetta(baixo, África Lá Em Casa), Douglas Godoy (bateria, Vanguart), Carou Araújo (theremins de luz e synths caseiros,Cabezas Flutuantes), Filipe Vianna (teclados e vocais, Watson), o trio de metais Ruben Marley (trombone), Igor Thomaz (sax tenor) e Felippe Pipeta (trombone) – integrantes da OBMJ, ou Orquestra Brasileira de Música Jamaicana – e das vozes de Ale Sater (Terno Rei) e Bea Rodrigues.
As referências e influências de seu trabalho apontam artistas brasileiros como Arnaldo Baptista, Jards Macalé, Mutantes, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Itamar Assumpção. Na esfera internacional, músicos e bandas como Pixies, Sonic Youth, Lou Reed, Jesus and Mary Chain, Frank Zappa, Elvis Costello, Nirvana, The Clash, Morphine, Tune-Yards, Ty Segall e Beck. “A Palavra dos Olhos” foi produzido pelo próprio no Estúdio FC, mixado em Los Angeles por Josh Newell e masterizado por Kiko Klaus, no estúdio Camarada Mixmaster.
O lançamento está sendo feito pela Mono.Tune Records, e além de estar disponível em todas as plataformas de streaming, pode ser baixado gratuitamente aqui.

Confira o vídeo no mais recente single, 'Cat's Eye'.




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https://soundcloud.com/fabiocardelli



Bear me Again (Belo Horizonte, Minas Gerais)

O rock Inglês e o Pop se confundem. Claro, que somente no imaginário dos milhões de fanáticos pelo quatro acordes e a verdade. Lá, na terra do pint, Beatles e Stones são o referencial do que é música. E ponto. O resto é subtítulo. derivado.

No Brasil, nossos referenciais são e sempre serão outros. Claro que nos trouxe uma riqueza cultural musical grande, desde a Bossa Nova e a Tropicália, passando pelo boom do rock brasileiro nos anos oitenta e noventa. Porém, tocar rock essencialmente Inglês no Brasil sempre foi e sempre será um desafio para poucos.

O Bear Me Again, banda de Belo Horizonte, é mais uma dessas a se aventurar por este caminho. Porém, com uma qualidade e um tino para a melodia que está em falta até lá fora.

Com influencias declaradas que vão de de coisas mais populares como Coldplay, U2 e Mumford & Sons até Johnny Cash, a banda, formada por  Wendhell Werneck (voz e violão), Thiago França (bateria), Luis Lopes (baixo e back vocal) e Diego Ernane (guitarra e back vocal), navega em um terreno mais obscuro de pop britânico, orfão de bandas como Starsailor, Verve e Manic Street Preachers. Surgida no ano de 2012, a banda desenvolveu uma mistura entre a essência e a autenticidade do Folk com eletricidade, pegada e sentimentalismo do rock alternativo britânico, fazendo um som carregado de alma e sensibilidade.
Com letras poéticas que envolvem questões antropológicas e teológicas, tanto quanto o cotidiano e o ordinário de forma contemplativa.

Ouça o álbum de estréia da banda completo.




Mais informações;

Spotify: https://goo.gl/xw87Ys
Youtube: https://goo.gl/ga7Tt4
Facebook: https://goo.gl/IaiOLn
Soundcloud: https://goo.gl/T9vdAc






Radiation City (Portland, Oregon, USA)

Este quarteto americano, formado por dois casais (o que poderá ser um problema no futuro) faz um som que prima pela beleza melódica Pop, porém, atualizados para um contexto Indie atual.  Seu mais recente álbum, 'Synesthetica', certamente soa como se eles canalizassem um Fleetwood Mac através de um sintetizador vintage. Com vocais hora masculinos, hora femininos. Carregue ai um pouco de Stereolab, Hip-Hop e melodias de Soul e boom, Aqui está o Radiation City!

Desconexo? Pode parecer, mas não é. É fluído e extremamente coeso. 

Confira a página da banda no Soundcloud




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Antarctigo Vespucci (Naples, Floria/Brooklyn, NYC, USA)

A Antarctigo Vespucci é composta por Chris Farren e Jeff Rosenstock, ambos são músicos célebres da cena bem subterrânea indie americana; Farren fachada Faked Problemas e Rosenstock ainda é um membro da Bob The Music Industry! 

Embora vivam em estados diferentes, contexto comum nas bandas de hoje em dia, os dois começaram a colaborar em 2014, e durante esse dois anos, a parceria tem sido bastante prolífica.

O som é Indie 90's da melhor qualidade. Superchunck, Lemonheads, Weezer e Hüsker Dü, filtrado por uma sensação ensolarada da Califórnia fase Beach Boys.

O primeiro álbum completo tem um título metido a engraçadinho; 'Leavin' La Vida Loca', mas apesar do mal gosto, é divertidíssimo.

Confira 'Impossible to Place';




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Dream Wife (Brighton, Londres e Reykjavik, Inglaterra/Islândia)

Dream Wife, nome dado pela banda inspirado em uma comédia romântica de 1953 estrelada por Cary Grant e Deborah Kerr, é um filme  da idade de ouro de Hollywood, a era pré-contracultura, com uma inclinação surpreendemente feminista. Essa noção de conseguir algo mais, ou diferente, do que o que você esperava apela aos membros da banda, que amam a qualidade subversiva da obra de David Lynch e seus seguidores.

O trio multicultural se formou na faculdade de artes de Brighton há um ano. Inspiradas pelo Spinal Tap, se 'travestiram' de banda para uma exposição organizada pela universidade. Alguns shows aqui e e ali, pronto, contrato de distribuição assinado com o sele canadense Enfer.

O primero EP acabou de ser lançado e tem quatro pepitas eletrogrunge, com referências a Blondie e Sleater-Kinney. Um espírito noventista latente, com muita diversão. Que inclui, em especial, uma cover da controversa canadense Peaches. 

Confira as faixas no Soundcloud da banda.




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Bandit (Nashville, Tenessee, USA)

Angela Plake, vocalista do trio Bandit, quer cantar sobre a grandeza. Artesãos do rock. Drama, orquestras, pós-rock. Sigur Rós e seus cânticos para as baleias. Temas sobre desesperança são frequentes e as melodias navegam suaves por momentos corta-pulsos e hino existencialistas.

A banda lançou seu primeiro álbum, 'Everything melts Eventually - Volume 1', ano passado e um volume 2 estará prometido para esse ano.

Confira 'Losing in a Sense'





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