Disco da Semana; 'AHK-toong BAY-bi Covered', Vários artistas (2011)
Disco da Semana; 'AHK-toong BAY-bi Covered', Vários artistas (2011)
Assim que foi anunciado o projeto da revista inglesa 'Q' de fazer um tributo ao melhor disco da carreira do U2, que comemorou 20 anos no final de 2011, fiquei animado porém reticente. Adoro esse tipo de projeto, mas invariavelmente, os artistas convidados são meio que de 'segunda divisão'. Ainda mais quando se trata de U2, que é meio como o Corinthians; Quem ama, venera, e quem não gosta, odeia.
Mas quando saiu a lista dos artistas, empolguei; Patti Smith, Garbage, Depeche Mode, Jack White, Glasvegas, Nine Inch Nails, Stuart Price (com seu alter-ego Jaques Lu Cont) e Killers! Uau! Um timaço que, mesmo com a companhia de algumas 'Portuguesas' da vida, como Snow Patrol, Damien Rice e The Fray, tinham tudo pra fazer um tributo a altura.
O disco abre com Trent Reznor fazendo uma versão soturna de "Zoo Station" Confesso que esperava muito dessa versão. Adoro muito o Nine Inch Nails mas acho que o resultado final não ficou um décimo da original. Tudo me pareceu meio feito as pressas. Meio demo. É até covardia colocar as duas versões lado a lado.
Stuart Price pegou "Even Better Than The Real Thing". O resultado ficou bacana, mas é só mais um remix dentre tantos que essa faixa já possui. Confesso que adoraria ver o que o Primal Scream, um dos grandes inspiradores desse disco, teria feito com a faixa.
"One", uma das canções mais belas já escritas, ganha uma versão bonita e delicada de Damien Rice. Mas fica pequena até de comparada com a versão corta pulsos feita por Johnny Cash há alguns anos.
Quando chegamos a quarta faixa, as coisas começam a ficar sérias; Ms. Patti Smith faz uma 'Until the End of the World' bluesy e soturna que deve ter deixado Bono em lágrimas. Fico imaginando a honra de ter um de seus ídolos gravando um trabalho seu com tanta qualidade.
O Garbage, que não gravava nada junto há quatro anos, parece que recebeu um presente com "Who's Gonna Ride Your Wild Horses", que parece ter sido feita sob encomenda para eles. Mais eletrônica e Blondie. Não deve nada a original.
"So Cruel", balada electro-country dolorida a respeito da separação de The Edge de sua ex-esposa tinha tudo pra se tornar outro desses casos como o do Garbage, Mas o Depeche Mode, assim como o Nine Inch Nails, faz uma versão preguiçosa e com cara de feita as pressas.
Virando para o "Lado B", temos o eterno parceiro de Bono, Gavin Friday fazendo uma versão ótima para "The Fly", minha preferida do disco original. Não chega a ser clássica, mas conseguiu dar a cara de Gavin e mostrar de onde Bono tira tanta inspiração para as suas maluquices.
"Mysterious Ways", pelo Snow Patrol consegue o improvável; Piorar, e muito, uma canção extremamente fácil e pop. É de dar sono. Transformar uma rock suingado em melodia de ninar, e da pior qualidade. Só mesmo pra esses bancários metidos a Pop stars. "Tryin' To Throw Your Arms Around The World" com o The Fray também dói.
"Acrobat", música que só fanáticos gostam, ganhou uma ótima versão barulhenta pelos escoceses do Glasvegas. E "Ultra Violet (Light My Way)" caiu como uma luva na voz de Brandon Flowers e seus Killers. Mais um caso de influência nítida e confessa, a banda deu um ar ainda mais kitsch a canção.
E ficou para o final a melhor versão do disco. Sou um apaixonado pela versão original de "Love Is Blindness". Acho uma das melhores coisas que o U2 escreveu, mas essa versão blues, zeppeliana e rasgada feita por Jack White consegue se equiparar a original e, dependendo do ponto de vista, até superá-la. É como se ele tivesse feito sexo com a canção. Um solo matador e uma levada que também deve ter feito Edge e Bono terem vontade de voltar a tocá-la.
Saldo final? Finalmente, depois de anos aguentando discos-tributo totalmente irrelevantes, finalmente, os quatro de Dublin recebem um belo presente.
Assim que foi anunciado o projeto da revista inglesa 'Q' de fazer um tributo ao melhor disco da carreira do U2, que comemorou 20 anos no final de 2011, fiquei animado porém reticente. Adoro esse tipo de projeto, mas invariavelmente, os artistas convidados são meio que de 'segunda divisão'. Ainda mais quando se trata de U2, que é meio como o Corinthians; Quem ama, venera, e quem não gosta, odeia.
Mas quando saiu a lista dos artistas, empolguei; Patti Smith, Garbage, Depeche Mode, Jack White, Glasvegas, Nine Inch Nails, Stuart Price (com seu alter-ego Jaques Lu Cont) e Killers! Uau! Um timaço que, mesmo com a companhia de algumas 'Portuguesas' da vida, como Snow Patrol, Damien Rice e The Fray, tinham tudo pra fazer um tributo a altura.
O disco abre com Trent Reznor fazendo uma versão soturna de "Zoo Station" Confesso que esperava muito dessa versão. Adoro muito o Nine Inch Nails mas acho que o resultado final não ficou um décimo da original. Tudo me pareceu meio feito as pressas. Meio demo. É até covardia colocar as duas versões lado a lado.
Stuart Price pegou "Even Better Than The Real Thing". O resultado ficou bacana, mas é só mais um remix dentre tantos que essa faixa já possui. Confesso que adoraria ver o que o Primal Scream, um dos grandes inspiradores desse disco, teria feito com a faixa.
"One", uma das canções mais belas já escritas, ganha uma versão bonita e delicada de Damien Rice. Mas fica pequena até de comparada com a versão corta pulsos feita por Johnny Cash há alguns anos.
Quando chegamos a quarta faixa, as coisas começam a ficar sérias; Ms. Patti Smith faz uma 'Until the End of the World' bluesy e soturna que deve ter deixado Bono em lágrimas. Fico imaginando a honra de ter um de seus ídolos gravando um trabalho seu com tanta qualidade.
O Garbage, que não gravava nada junto há quatro anos, parece que recebeu um presente com "Who's Gonna Ride Your Wild Horses", que parece ter sido feita sob encomenda para eles. Mais eletrônica e Blondie. Não deve nada a original.
"So Cruel", balada electro-country dolorida a respeito da separação de The Edge de sua ex-esposa tinha tudo pra se tornar outro desses casos como o do Garbage, Mas o Depeche Mode, assim como o Nine Inch Nails, faz uma versão preguiçosa e com cara de feita as pressas.
Virando para o "Lado B", temos o eterno parceiro de Bono, Gavin Friday fazendo uma versão ótima para "The Fly", minha preferida do disco original. Não chega a ser clássica, mas conseguiu dar a cara de Gavin e mostrar de onde Bono tira tanta inspiração para as suas maluquices.
"Mysterious Ways", pelo Snow Patrol consegue o improvável; Piorar, e muito, uma canção extremamente fácil e pop. É de dar sono. Transformar uma rock suingado em melodia de ninar, e da pior qualidade. Só mesmo pra esses bancários metidos a Pop stars. "Tryin' To Throw Your Arms Around The World" com o The Fray também dói.
"Acrobat", música que só fanáticos gostam, ganhou uma ótima versão barulhenta pelos escoceses do Glasvegas. E "Ultra Violet (Light My Way)" caiu como uma luva na voz de Brandon Flowers e seus Killers. Mais um caso de influência nítida e confessa, a banda deu um ar ainda mais kitsch a canção.
E ficou para o final a melhor versão do disco. Sou um apaixonado pela versão original de "Love Is Blindness". Acho uma das melhores coisas que o U2 escreveu, mas essa versão blues, zeppeliana e rasgada feita por Jack White consegue se equiparar a original e, dependendo do ponto de vista, até superá-la. É como se ele tivesse feito sexo com a canção. Um solo matador e uma levada que também deve ter feito Edge e Bono terem vontade de voltar a tocá-la.
Saldo final? Finalmente, depois de anos aguentando discos-tributo totalmente irrelevantes, finalmente, os quatro de Dublin recebem um belo presente.
Tracklist;
01. 'Zoo Station', Nine Inch Nails
02. 'Even Better Than The Real Thing', Jaques Lu Cont
03. 'One', Damian Rice
04. 'Until the End of the World', Patti Smith
05. 'Who's Gonna Ride Your Wild Horses?', Garbage
06. 'So Cruel', Depeche Mode
07. 'The Fly', Gavin Friday
08. 'Mysterious Ways', Snow Patrol
09. 'Tryin' to Throw Your Arms Around the World', The Fray
10. 'Acrobat', Glasvegas
11. 'Ultraviolet (Light My Way)', The Killers
12. 'Love is Blindness', Jack White
Mais informações;
Concordo em quase tudo. Discordo em relação à:
ResponderExcluirThe Fly - achei a versão fraca.
Tryin' to Throw Your Arms Around the World - não sou fã de The Fray, mas acho que eles conseguiram dar alguma emoção na canção que considero a pior do Achtung Baby.
Acrobat - pareceu uma banda cover de U2 tocando.
No mais, parabéns pelo texto. Lembro de você quando você escrevia no site UltraViolet,
Ah... e acho Keane e Coldplay poderiam ter participado. Ambos sempre citam o U2 como referência.
ResponderExcluirEu choro com a versão da Patty Smith para Until!
ResponderExcluir