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Música + Livros; 'Tocando a Distância - Ian Curtis & Joy Division', de Deborah Curtis (1995)

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Música + Livros; 'Tocando a Distância - Ian Curtis & Joy Division', de Deborah Curtis (1995) (Leitura Online); Na manhã de 18 de maio de 1980, Deborah Curtis encontrou o marido (o casal estava se divorciando, mas os papéis não haviam sido assinados) enforcado na cozinha do casal em Macclesfield, cidade vizinha de Manchester. O último gesto do vocalista do Joy Division colocou ponto final em uma vida breve (ele tinha 23 anos) e Deborah tenta entendê-lo neste livro lançado originalmente em 1995 na Inglaterra. “Tocando a Distância” humaniza Ian Curtis ao mesmo tempo em que o mitifica. Segundo a esposa, Ian era ciumento e possessivo (ele fazia cenas quando ela usava roupas decotadas e saias curtas tanto quanto a proibia de conversar com homens e amigas de escola).  Deborah também questionava o conteúdo nazista da banda (“Joy Division era como os nazistas chamavam as prisioneiras mantidas vivas para serem usadas como prostitutas pelo exército alemão. (…) Era repugnante

Música + Cinema: 'Boyhood', de Richard Linklater (2014) + Playlist: 'The Beatles' Black Album', por Ethan Hawke

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Música + Cinema: 'Boyhood', de Richard Linklater (2014) + Playlist: 'The Beatles' Black Album', por Ethan Hawke Acho difícil pra caramba escrever sobre Boyhood. Em poucas palavras, ficarei bastante surpreso caso veja algo melhor nos cinemas em 2014. O filme foi produzido ao longo de 12 anos por Richard Linklater. Com os mesmos atores, ele contou 12 anos da vida de uma família, focando no crescimento de um dos filhos. Ele começa com o garoto aos seis anos, com os pais recém-separados, e segue até os 18. O ponto é que esse esforço todo do Linklater para filmar ao longo de mais de uma década é quase detalhe quando o filme é projetado. A passagem é tão sutil que as vezes nem lembramos que estamos vendo o tempo passar de verdade na tela. Foda demais. Quando o protagonista já tá lá pelos 15 anos o pai dele dá de presente para o garoto uma coletânea dos Beatles. O nome da mixtape presente no cd é Black Album e reúne as principais obras dos quatro Beatles após

Discoteca Básica; 'Suicide', Suicide (1977)

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Discoteca Básica; 'Suicide', Suicide (1977) Eles formavam um par esquisitão: Martin Rev (teclados) era um experimentalista que tivera lições formais com o beboper Lennie Tristano, enquanto Alan Vega (voz), de ascendência hispânica e polaca, se iniciara nas artes como escultor, criando peças apenas com os estilhaços de lâmpadas quebradas. Em 71, ano de ascensão de bitter sweet rock e da derrocada dos mega festivais pop, a lapidar frase "the dream is over" - que o ex-Beatle acabara de enunciar - parecia justificar a criação do Suicide: um pesadelo escuro como breu que no futuro tornar-se-ia o modelo para 99% das bandas ligadas à eletrônica (das brigadas tecno da década passada à entourage cyberpunk hoje entrincheirada no selo Wax Trax, todos, sem exceção, devem tributo à dupla). Naquela época, Vega vivia num ateliê em Manhattan - um lugar podre, aberto 24 horas por dia para um seleto bando de heroinômanos, bêbados e degenerados em geral. Um belo dia,

Disco da Semana; 'International Velvet', Catatonia (1998)

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Disco da Semana; 'International Velvet', Catatonia (1998) Você conhece alguma coisa do País de Gales? Gente famosa? Bem, conhece sim. Anthony Hopkins, Catherine Zeta Jones, Tom Jones... e.... bem, só. Na música O Manic Street Preachers e o Super Furry Animals... Mas em 1998, você poderia ter se apaixonado por uma banda de lá. Uma banda Pop; O Catatonia. Com melodias estridentes cantadas pela deusa cachaceira Cerys Mathews e um  instrumental  que misturava rock experimental com tradicionalismo celta, quase resultando numa espécie de Pato Fu, a banda tinha tudo para conquistar o mundo. Bom, pelo menos durante alguns meses isso aconteceu. E, bem... No mundo chamado Inglaterra. Com 'Mulder & Scully' e 'Road rage', os dois hits desse disco, a banda ensaiou uma invasão americana, que nunca aconteceu é claro. Mas o disco sobrevivia sem essas músicas, e isso é o que chamava a atenção Os lindos violões de 'Game On' e 'Johnny Come La

As Favoritas de... Eddie Vedder (Pearl Jam)

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As Favoritas de... Eddie Vedder (Pearl Jam) Pode-se acusar o Pearl Jam de várias coisas. Muita gente não gosta. Mas uma coisa que não se pode falar dos caras e, principalmente, do vocalista Eddie Vedder, é que eles tem mau gosto musical. Nessa lista, Vedder escala seus discos preferidos, surpreedendo muita gente. Aproveitamos e montamos uma playlist listando algumas músicas dos mencionados junto com alguns bonus tracks de canções que a banda fez versões ao vivo. Primeiro, a lista; 1. 'The Third Album', The Jackson Five 2. 'The White Album', The Beatles 3. 'Tommy', The Who 4. 'Road to Ruin', The Ramones 5. More Songs About Buildings and Food', The Talking Heads 6. 'Music and Rhythm', Vários Artistas 7. 'Daydream Nation', Sonic Youth 8. 'Insignificance', Jim O'Rourke 9. 'Thirteen Songs', Fugazi 10. 'Screaming Life/Fopp', Soundgarden 11. 'Mudhoney', Mudhoney

Discoteca Básica; 'Music For The Big Pink', The Bands (1968)

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Discoteca Básica; 'Music For The Big Pink', The Bands (1968) The Consuls, The Rocking Revols, Thumper And The Trombones, The Jungle Bush Eaters, The Roots e The Capters - foi a partir desses grupelhos de nomes engraçados criados no big bang do rock'n'roll dos anos 50, que surgiu o embrião da formação que nos daria alguns dos momentos mais sublimes da música pop: The Band. Ainda adolescentes, Jaime Robbie Robertson (guitarra), Richard Manuel (piano), Rick Danko (baixo) e Garth Hudson (órgão) - todos canadenses - se uniram a Levon Helm (bateria, vindo do Arkansas) para acompanhar o cantor Ronnie Hawkins. Rocker mediano, mas um tremendo cascateiro (uma de suas histórias favoritas era que ele colhia algodão ao lado de Bo Diddley!) e boa-praça, Hawkins soube guiá-los por todos os mafuás do Canadá. Logo, o grupo - nomeado The Hawks - tornou-se expert nos instrumentos, sendo capaz de levar de cor e salteado standards de r&b, bluegrass, rockabilly e out

Desconstruindo o Pop! Músicas para fazer crianças gostarem de rock (Playlist especial Spotify)

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Desconstruindo o Pop! Músicas para fazer crianças gostarem de rock (Playlist especial Spotify) Não adiante você querer fazer seu filho/a pequeno/a gostar de música colocando Radiohead pra ele ouvir. Tem que ir no básico. Barulho, melodia e letras fáceis. Aqui vai uma playlist que funcionou com meu filho Pedro, de 3 anos... Espero que ajude!

Shows Completos; Primal Scream - Ao Vivo no Berlin Music Festival, 2011

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Shows Completos; Primal Scream - Ao Vivo no Berlin Music Festival, 2011 E vamos hoje com um show incrível do Primal Scream, completo, pra assistir online. A apresentação foi no Berlin Music Festival, em 2011 e celebrava o aniversário de vinte anos do álbum 'Screamadelica', de 1991. A banda tocou o disco todo e adicionou alguns hits no final. Confira o set; Setlist 01. Movin' On Up 02. Slip Inside This House (13th Floor Elevators cover) 03. Don't Fight It, Feel It 04. Damaged 05. I'm Comin' Down 06. Higher Than The Sun 07. Loaded 08. Come Together 09. Country Girl 10. Jailbird 11. Rocks Mais informações; www.facebook.com/primalscreamofficial www.amazon.co.uk/Primal-Scream/e/B000AQ1FVW

Discoteca Básica; 'Stand!', Sly & The Family Stone (1969)

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Discoteca Básica; 'Stand!', Sly & The Family Stone (1969) Eram duas da manhã do dia 17 de agosto de 1969 quando Sly Stone - usando uma veste branca de franjas longas e imaculadas luvas de pelica - subiu ao palco de Woodstock para detonar a mais selvagem e extasiástica celebração comunitária jamais vista na história da música pop. Ao comando da palavra mágica "higher", uma horda de quatrocentas mil pessoas dançou e suou sobre um mar de lama, só permitindo que seu xamã - já completamente afônico - a deixasse após o quarto bis! Congeladas pelas lentes do cineasta Mike Wadleigh, parte dessas images ganhou o mundo, tornando Sly Stone uma das grandes celebridades do final dos anos 60. Só que ele era muito mais do que uma overnight sensation. Praticamente sozinho, modificaria radicalmente a estrutura do soul, injetando nele cores e sons da nascente psicodelia. O resultado era algo totalmente diferente para a época: "a whole new thing", como ele

Músicas para sentir; 'How Can You Mend a Broken Heart', Al Green

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Músicas para sentir; 'How Can You Mend a Broken Heart', Al Green O dia dos namorados. Dia feito de celebrações. Celebrar as bobagens que um relacionamento gera. Bobagens de crianças adultas. É dia onde tudo é cafona. E o cafona é aceito como normal. Casais em bares e restaurantes. Motéis e shoppings. Comemorando o 'seu dia'. Dinheiro é gasto com uma data e não uma pessoa.  E como é estar sozinho nesse dia? Sair? Não... Olhar os outros comemorando essa breguice toda? Nunca! Eu me levo a sério demais... A solidão é um bem. Estar cada dia sozinho com alguém. Mercenário. Cigano. Parasita de sentimentos. E daí? Auto-estima da porra! Acabar sozinho, no meu carro, dirigindo bêbado sem destino por aí? Quem quer ouvir 'eu te amo'? Quem quer alguém á dividir o cobertor na noite fria? Bah! Eu desito...

Disco da Semana; 'Grand Prix', Teenage Fanclub (1995)

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Disco da Semana; 'Grand Prix', Teenage Fanclub (1995) Existem alguns discos na história do pop que são inexplicáveis. Extremamente perfeitos no que diz respeito a construção melódica, esses discos teriam tudo para serem os catapultadores do sucesso de seus respectivos autores. Porém, apesar do sucesso ter chegado, a banda nunca estoura de verdade, ficando limitada ao underground. O fiel underground. Sabe quando você tem certeza que alguma banda vai estourar e... não estoura! Mesmo você tendo certeza que aquele disco é o que existe de mais perfeito no sentido da palavra pop. O pop perfeito que só os Beatles alcançaram. Assim é 'Grand Prix'. Assim é o Teenage Fanclub. Melódicamente perfeito, 'Grad Prix' foi o verdadeiro divisor de águas na carreira do Teenage fanclub. Apesar de não ter feito deles um nome participante dos grandes britânicos, definiu a banda com uma das mais amadas entre os indies de plantão. Todo os disco, eu disse TODO O DISC

Discoteca Básica; 'Legião Urbana', Legião Urbana (1985)

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Discoteca Básica; 'Legião Urbana', Legião Urbana (1985) Renato Russo gostava de dizer que a Legião era uma banda folk que trabalhava com o rock e era percebida como pop. Mas o começo não foi bem assim. No inicio da história está o punk. Foi de um grupo punk, o Aborto Elétrico - formado em 1978 por Renato, o baterista Fê Lemos e o guitarrista André Pretorius -, que saiu parte do repertório inicial da Legião. Foi da revolta "no future" (sem futuro, brado de Johnny Rotten, do grupo Sex Pistols, no hino punk "God Save The Queen" ) que surgiram as primeiras letras do maior compositor do rock brasileiro. Gravado em 1984 nos estúdios da EMI Odeon, Legião Urbana, o disco de estréia, foi lançado em 1º de janeiro de 1985, duas semanas antes do Rock In Rio. No festival, despontavam Paralamas, Blitz e Barão Vermelho. Mas nenhuma dessas bandas tinha Renato Russo. Voz firme, ele abria o disco com versos furiosos: "Tire suas mãos de mim/ Eu não per