Postagens

Disco da Semana; 'Gigaton', Pearl Jam (2020)

Imagem
Disco da Semana; 'Gigaton', Pearl Jam (2020)  30 anos de carreira fizeram do  Pearl Jam  uma banda mais forte, coesa e segura do que quer. Como um dos principais nomes do Rock And Roll no planeta, o grupo liderado por  Eddie Vedder  carrega a pesada responsabilidade de ainda estar aqui em uma realidade que assola Seattle e seus ídolos com mortes, suicídios e tragédias. Transmitindo a imagem de que seus integrantes entendem, respeitam e vivem cada momento pessoal, a banda coloca toda a energia possível quando se reúne para turnês em shows que chegam a durar quase três horas e têm seus integrantes todos com mais de 50 anos de idade; alguns com quase 60. Desde o último disco de inéditas do Pearl Jam passaram-se sete anos, o mundo perdeu Chris Cornell, tornou-se polarizado e passou a enfrentar algumas das crises políticas e sociais mais profundas de sua história, e era chegada a hora de falar sobre isso. Pearl Jam –  Gigaton Nasceu então  Gigaton , o décimo primeiro disco de estúdi

Discoteca Básica; 'Kind Of Blue', Miles Davis (1959)

Imagem
Discoteca Básica; 'Kind Of Blue',  Miles Davis  (1959) Há pelo menos oito discos de Miles que não podem ficar fora de nenhuma Discoteca Básica. A boa pergunta é: por que, então, "Kind of Blue" na pole position?  O estudo da quilométrica carreira do trompetista não pode dispensar "Miles Davis - A Critical Biography" (Quartet Books, Londres) do músico/crítico Ian Carr. Segundo ele, "Kind of Blue" seria "talvez o disco a exercer maior influência na história do jazz". Isto posto, vale lembrar que o próprio Mr. Carr concorda que o período 58/60 - quando gravou também "Milestones", "Porgy and Bess" e "Sketches of Spain" - representa o primeiro pico do amadurecimento de Miles como band-leader, comparável apenas à fase elétrica/eletrônica (68/70) que abrange de "Miles in the Sky" a "Jack Johnson", passando pelos "básicos" "In a Silent Way" e "Bitches Brew".

Desconstruindo o Pop! Playlist # 52; 'Since I Was Born I Started To Decay...'

Imagem
Desconstruindo o Pop! Playlist # 52; 'Since I Was Born I Started To Decay...'

Shows Completos; The Cure, Ao vivo no festival Exit, Sérvia, 04/07/2019

Imagem
Shows Completos; The Cure, Ao vivo no festival Exit, Sérvia, 04/07/2019 Tracklist 0:00 Plainsong 6:05 Pictures of You 13:19 High 17:00 A Night Like This 21:19 Just One Kiss 25:47 Lovesong 29:25 Last Dance 34:29 Burn 40:55 Fascination Street 45:47 Never Enough 49:12 Push 53:49 In Between Days 56:47 Just Like Heaven 01:00:49 From The Edge Of The Deep Green Sea (Mistaken as "Play For Today" via TV graphic) 01:08:48 Play For Today (Mistaken as "Edge Of The Deep Blue See" via TV graphic) 01:12:50 A Forest 01:20:15 Primary 01:24:46 Shake Dog Shake 01:29:26 39 01:36:50 Disintegration

Discoteca Básica; 'Roxy Music', Roxy Music (1972)

Imagem
Discoteca Básica; 'Roxy Music', Roxy Music (1972) "Muita gente descordará de que o Roxy Music tenha definido os anos 70; ao contrário, todos estarão de acordo com que a importância dos Beatles para os anos 60 tenha sido básica e radical. Não devemos estranhar. Os 60 foram anos de esperança, os 70, de confusão. Os 60, anos de unidades; os 70, anos de dispersão." Como Ramón de España - que o enunciou em um interessante livrinho sobre a banda (Ediciones Jucar, Madri, 82) -, acho que essa é a chave da compreensão da importância do Roxy Music para o rock contemporâneo. O conceito Roxy, tal como foi formulado por Bryan Ferry, ataca o nó cultural daquela década obscura em muitas das suas variantes: consumo versus arte, melodia versus ruído, saída pessoal versus solução coletiva. Bryan andou metido em uma escola de artes (foi aluno do pintor David Hamilton) antes de decidir que o rock era um suporte mais adequado para as suas aspirações estéticas. Descob

Descostruindo o Pop! Playlist # 51; 'Space ain't man's final frontier, man's final frontier is the soul...'

Imagem
Descostruindo o Pop! Playlist # 51; 'Space ain't man's final frontier, man's final frontier is the soul...'

Disco da Semana; 'Lianne La Lavas', Lianne La Havas (2020)

Imagem
Disco da Semana; 'Lianne La Lavas', Lianne La Havas (2020) Infelizmente, você não verá o nome de Lianne La Havas no topo das listas de melhores do ano, ela não faz o tipo de música que o crítico branco costuma elogiar, não é moderno o suficiente, nem retrô suficiente, é um disco em 1ª pessoa sem participações de rappers do momento ou cantoras pops. Assim como o gênio Michael Kiwanuka, maior cantor surgido nos anos 2010, a cantora inglesa Lianne La Havas vive numa espécie de limbo dentro da cultura preta que é vendida para pessoas brancas que precisam de ajuda para descobrir música pop. Entenda, não é uma crítica a você, leitor, caso ainda não tenha ouvido “Lianne La Havas” e sim uma constatação no que se refere ao mundo em que vivemos. Existimos em um mundo onde as coisas nos são apresentadas aos montes, quantidades absurdas de informação depositada nas redes sociais como caminhões de areia e que, por mais que tentamos, não conseguimos chegar ao fundo. Então, em algum momento d

Discoteca Básica; 'The Dark Side of the Moon', Pink Floyd (1973)

Imagem
Discoteca Básica; 'The Dark Side of the Moon', Pink Floyd (1973) Polêmico, este disco. Gravita entre a absoluta adoração de sues fiéis e a crítica não menos feroz dos seus detratores. É bom sinal. Será mesmo a Grande Obra de Roger Waters (baixo, vocal), Rick Wright (teclados), David Gilmour (guitarra, vocal) e Nick Mason (bateria)? Alguns poderão preferir "The Piper at the Gates of Dawn", de 1967, o primeiro LP da banda, quando seu líder era um louco iluminado e genial chamado Syd Barrett, ou ainda Ummagumma, de 1970, a soma definitiva do rock psicodélico. Quem sabe os mais de 20 milhões de cópias de "Dark Side..." vendidas no mundo inteiro e sua permanência por 630 semanas consecutivas nas listas dos mais vendidos da Bilboard - recorde absoluto - possam ratificar essa escolha. Mesmo que as más-línguas digam que muitos o adquiriram apenas para testar a estéreo-quadrifonia de seu equipamento de som... o que não deixa de ser um elogio, de certa forma.

Desconstruindo o Pop! Playlist # 50; 'If You Open a Window Sometime'

Imagem
Desconstruindo o Pop! Playlist # 50; 'If You Open a Window Sometime'

Discoteca Básica; 'Closer', Joy Division (1980)

Imagem
Discoteca Básica; 'Closer', Joy Division (1980) O Joy Division influenciou de maneira definitiva o rock da década de 80. A força de sua música consistia em resgatar o espírito soturno de preciosas antigüidades como Doors, Velvet e Stooges e aliá-lo ao som inovador feito por Bowie (na fase alemã) e Kraftwerk nos anos 70. Tudo isto dentro de um estilo próprio que, a princípio, lidava com elementos do punk, e depois evoluiu para uma espécie de antítese de heavy metal mesclada a sons sintetizados. Através de componentes sonoros "normais" e despojados, eles transformavam a soma de pequenas partes em um grande todo.  Ian Curtis (voz), Bernard Albrecht, ou Sumners (guitarra e teclados), Peter Hook (baixo) e Stephen Morris (bateria) jogavam a última pá de terra sobre o romantismo do rock. Não há resquícios de "paz, amor e esperança" nas letras de Ian Curtis. Elas são apenas observações sobre a condição humana em um mundo dominado pela miséria e o desespe

Desconstruindo o Pop! Playlist # 49; 'You knew I couldn't hold my words, even though I wanted to'

Imagem
Desconstruindo o Pop! Playlist # 49; 'You knew I couldn't hold my words, even though I wanted to' 

Discoteca Básica; 'Low', David Bowie (1977)

Imagem
Discoteca Básica; 'Low', David Bowie (1977)  "Low", lançado em 14 de janeiro de 1977, foi o primeiro disco da famosa "Trilogia de Berlim" que David Bowie fez em colaboração com Brian Eno e Robert Fripp, ex-membros do Roxy Music e King Crimson respectivamente. Os outros dois álbums são "Heroes", também lançado em 1977, e "Lodger", de 1979. O ano levante punk, 1977, foi fundamental para a história do rock. Mas David Bowie já pressentia, quatro anos antes dessa subversão explosiva, os sintomas da estagnação. Foi quando trocou a Inglaterra - onde reinava absoluto - pela América. Bowie chegou à América dando entrevistas nas quais chamou o rock de "música de gente burra". Anunciou sua adesão à carreira de ator e à soul music "plastificada" do sul dos Estados Unidos. Acabou sendo, portanto, um precursor da discothèque. Depois de dois anos do lado de cá do Atlântico, ele faz as malas e parte para B