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Música + Cinema; 'O Livro da Vida', de Hal Hartley (1998)

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Música + Cinema; 'O Livro da Vida', de Hal Hartley (1998) O diretor Hal hartley faz aqui, na sua contribuição para o projeto “2000 visto por...”, que também gerou “Primeiro dia” de Walter Salles, uma dos melhores filmes sobre a passagem do milênio e suas (in)certezas.  Explico; No último dia do ano, Jesus e Madalena (Martin Donavan e P.j. Harvey, sim, ela mesmo) voltam a terra para efetuar o juízo final. Em crise de consciência ‘humana’, Jesus desafia a autoridade divina e simplesmente, não inicia o apocalipse bíblico, base de toda a crença cristã e, então, a única razão para ela existir, enfim.  O tom, sempre, é muito engraçado. Apesar dos questionamentos existências, votos de confiança na humanidade e um demônio nem tão ruim assim (Thomas Jay Ryan), a intenção é, definitivamente, não se levar a sério. No amontoado de referências pós-modernas, algumas curiosamente amedrontadoras, como Jesus terminando sua saga em frente as torres gêmeas, temos Willian Burrou

Shows Completos; Nirvana, Ao Vivo no Festival de Reading, Inglaterra - 30-08-1992

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Shows Completos; Nirvana, Ao Vivo no Festival de Reading, Inglaterra - 30-08-1992 Clássico show do Nirvana, no auge, no festival de Reading, na Inglaterra. Essa apresentação ficou famosa quando Kurt entrou vestido de noiva em uma cadeira de rodas. O auge da insanidade do trio. Basta ver o set list; Além das músicas dos três álbums ('Bleach', 'Nevermind' e 'Incesticide'), 'All Apologies', que só viria a sair um ano depois e várias covers bizarras foram tocadas. Antológico! Set List 1. The rose (intro) 2. Breed 3. Drain You 4. Aneurysm 5. School 6. Sliver 7. In Bloom 8. Come As You Are 9. Lithium 10. About a Girl 11. Tourette's 12. Polly 13. Lounge Act 14. More than feeling 15. Smells Like Teen Spirit 16. On a Plain 17. Negative Creep 18. Been a Son 19. All Apologies 20. Blew 21. Dumb 22. Stay Away 23. Spank Thru 24. Love Buzz 25. Smoke on the water 26. The Money Will Roll Right In 27. D-7 28. Territorial Pissings 29. The star sp

Discoteca Básica; 'Songs of Leonard Cohen', Leonard Cohen (1967)

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Discoteca Básica; 'Songs of Leonard Cohen', Leonard Cohen (1967) "Monocórdico", "lúgubre", "um anacronismo ambulante". Com tais adjetivos aplicados a seu desempenho enquanto músico, parece incrível que ele tenha se tornado objeto de adoração para tantas pessoas. A explicação para o paradoxo pode estar na identificação do público com a passividade romântica de suas canções. Quem sabe até o mais importante não fosse tanto o que ele tinha a dizer, mas o modo como expressava sua visão de mundo. Antecipando a corrente dos "cantores-compositores" do início dos 70 (Jackson Browne, James Taylor, Randy Newman etc.), Leonard Cohen exibiu ironia e sofisticação narrativa capazes de rivalizar com Bob Dylan. Curiosamente, sua profissionalização musical fora tardia: Cohen contava 34 anos quando lançou o primeiro LP, mas havia muito era respeitado no meio intelectual. Aliás, palavras e sons disputaram sua atenção desde a

Disco da semana; 'Out Of Season', Beth Gibbons & Rustin' Man (2002)

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Disco da semana; 'Out Of Season', Beth Gibbons & Rustin' Man (2002) Este é a estréia solo da 'Billie Holiday' do novo milênio',  Beth Gibbons  é somente um 'Portishead sem barulhinhos eletrônicos'? Não, é muito mais. Indo totalmente contra a fórmula que a consagrou á frente de uma das mais cultuadas bandas dos últimos anos, onde a mistura entre Jazz, Hip Hop, Eletronica e melancolia davam a tônica, ela resolveu deixar toda a modernidade e voltar para o início de sua carreira; A trovadora cinza e triste. Violão, teclados e muita, mais muita tradução de desespero em notas baixas. Tudo é calmo e baixo. Ás vezes, ensolarado, como na cabaré 'Tom The Model' , mas a luz só entra numa frestinha, descuidadamente.  'Mysteries'  e seu dedilhado sutil,  'Show'  e sua letra corta-pulsos. Uma evolução e uma involução ao mesmo tempo. Mais Portishead e Menos Portishead, impossível. Mas como isso é possível? A conc

As Favoritas de... Thurston Moore (Sonic Youth)

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As Favoritas de... Thurston Moore (Sonic Youth); O grande barato de sermos fãs de um artista é podermos adentrar no seu mundo de influências; Sempre, quando começamos a escavar as fontes que cada um dos grandes nomes dos bons sons, conhecemos coisas incríveis e surpreendentes. Nessa nova sessão, vamos listar as músicas preferidas de alguns dos artistas favoritos da casa, encontrados nas catacumbas da internet. Ness primeira edição, Thurston Moore, Ex-Sonic Youth, escolhe suas 38 favoritas! Uma mina de ouro pra quem gosta de esquisitices. Do Jazz ao grunge, uma verdadeira aula de bons sons. Tracklist; Tapper Zukie – ‘Man Ah Warrior’ Patti Smith – ‘Godspeed’ Teenage Jesus & The Jerks – ‘Orphans’ Mars – ’3E’ Public Image LTD – ‘Public Image’ The Slits – ‘Love Und Romance’ The Raincoats – ‘In Love’ Captain Beefheart – ‘Electricity’ Alice Cooper – ‘Is It My Body?’ T. Rex – ‘Children Of The Revolution’ Archie Shepp – ‘Blasé’ Billie Holiday – ‘Glo

Discoteca Básica; 'The All-Time Greatest Hits', Roy Orbinson (1977)

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Discoteca Básica; 'The All-Time Greatest Hits', Roy Orbinson (1977) Ele não possuía alguns dos atributos que eternizaram as obras de seus mais fabulosos colegas e contemporâneos: não tinha o carisma real de Elvis, apenas flertava com a rebeldia do rock'n'roll de Jerry Lee Lewis e Carl Perkins, ou às vezes com a pureza country de Johnny Cash. No entanto, Roy Orbison conseguiu inscrever seu nome com louvor nas principais páginas da música pop, influenciando diretamente um imenso leque de stars, desde Dylan e os Beatles até Bruce Springsteen, Elvis Costello e Van Halen (que transformou num de seus primeiros hits uma versão para "Oh Pretty Woman"), entre tantos outros. Quais seriam então as razões para este músico tímido e introspectivo, nascido e criado no interior do Texas, merecer tantas honrarias? O principal motivo deve ter ficado por conta da extrema sinceridade, aliada a uma angústia inerente à sua personalidade, transmitida de forma to

Eu Vi... 'Meia-Noite em Paris', de Woody Allen (2011)

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"Meia-Noite em Paris" ("Midnight In Paris", de Woody Allen, 2011) Desde que se impôs em um auto-exilio europeu, Allen vem alternando bons ("Vicky Cristina Barcelona", "Match Point") e maus ("O Sonho de Cassandra"), e este é, com certeza, um acerto. Essa analogia da nostalgia é doce e engraçada e, ao mesmo tempo, reflexiva. O único ponto fraco na minha opinião, é a interpretação de Owen Wilson, que tenta emular Allen em cada respiro. Acho que esse era um grande filme para Allen voltar a atuar como protagonista. Com alguns ajustes de roteiro aqui e ali, poderíamos praticamente vê-lo, literalmente, na tela, como no meu favorito, "Desconstruindo Harry", de 97. Um dos melhores do ano. Pseudointelectual é uma palavra muito mal utilizada hoje em dia - qualquer discussão sobre cultura termina nessa ofensa, como uma Lei de Godwin dos ignorantes orgulhosos - mas, quando a usa em  Meia-Noite em Paris  ( Midnight in Paris ), 

Músicas Para Salvar a Sua Vida; 'Brown-Eyed Girl', Van Morrison (1967)

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Músicas Para Salvar a Sua Vida;  'Brown-Eyed Girl', Van Morrison (1967) Faixa 1 do lado A do álbum 'Blowin' Your Mind!' Composta por Van Morrison e produzida por Bert Berns Existia um mito sobre 'Brown-Eyed Girl' de que ela era  sobre o uso da heroína. A palavra ' menina' foi durante muitos anos interpretada como sendo a d roga. A frase ' Slippin ' and slidin', famosa por ser o título de uma grande canção de Little Richard, é uma forma que os viciados usam para dizer que estão injetando a heroína, que quando diluída, fica na cor marrom, formando o título da canção. Em sua biografia, Morrison diz que a canção era originalmente chamada de " Brown- Skinned Girl' (Garota da pele morena, em português) e falava realmente de uma, com quem teve um romance. Ele só mudou o título pois foi coagido devido ao forte racismo da época, tornando-a mais palatável para as rádios. A revista Rolling Stone a colocou na

Discoteca Básica. 'Kick Out The Jams', MC5 (1969)

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Discoteca Básica. 'Kick Out The Jams', MC5 (1969) Barulho, noise, esporro... Música enquanto soco no estômago. A zoeira atravessa os três acordes do punk, passa pelo hardcore e pelo trash, por Sonic Youth e por aí vai até toda a turminha de Seattle. Uma fórmula simples, mas matadora: guitarras demenciais cuspindo riffs como farpas, enquanto a cozinha pulsa catatonicamente, quase soterrando os arremedos dos vocais. Acontece que toda esta violência sônica/cênica já tinha sido forjada lá pelos idos de 67, em pleno desbunde psicodélico. Suas origens remetem a duas bandas de Detroit - The Stooges e MC5. Ambas com total afinidade musical, mas com uma diferença fundamental: enquanto as performances animais de Iggy Pop e seus comparsas antecipavam toda a estética niilista do no future punk, o MC5 acreditava realmente no poder revolucionário do rock'n'roll. Uma posição - no mínimo - ingênua se transporta para os dias de Guns n'Roses que ora correm, mas

Desconstruindo o Pop! 10 artistas que você deveria conhecer

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Honeyblood (Glasgow, Escócia) O Honeyblood é uma dupla de garotas de Glasgow, Escócia;  Stina Tweeddale, nos vocais e guitarra e Shona McVicar, na bateria e nos vocais. A banda começou no início de 2012 e, desde então, já lançaram dois EP's que exalam aquele Indie-Pop da virada dos anos oitenta para os noventa. É uma das preferidas aqui da casa e vale muito a pena uma conferida. Confira o vídeo de 'Bud', a preferida da casa, e a página da dupla no Soundcloud; Mais informações http://www.theguardian.com/music/2013/oct/31/honeyblood honeyblood.bandcamp.com/ ‎ www.fat-cat.co.uk/site/artists/honeyblood ‎ https://www.facebook.com/ honeyblood eatitup City and Colour (St. Catharines, Canadá) O City and Colour é Dallas Green, que iniciou esse projeto de 'One-Man Band' em 2005, após se desligar  da banda de Post-Rock Alexisonfire. Desde então, já lançou quatro álbums. O mais recente, 'The Hurry and The Harm', é de 2013. A v