Favorito da Casa; PJ Harvey (Dorset, Inglaterra)


Favorito da Casa; PJ Harvey (Dorset, Inglaterra)


Polly Jean Harvey é a porta voz das agruras femininas que foi seduzida pela sexualidade. Desde o início cru, passando por Blueswoman suja até se transformar na sexy poetisa que escreveu seu melhor álbum longe de casa, ela navegou por mares nervosos. Atravessou o Punk pela porta da frente e, mais velha, se reencontrou, consumida por crises de identidade, em um fantasma que uiva memórias e opiniões.

No seus dois primeiros trabalhos, 'Dry' e 'Rid of Me', Harvey liderava um power trio de Punk/Blues sujo e raivoso. Depois, atirou para o experimentalismo de 'To Bring You My Love' e no desesperado 'Is This Desire?', disco que veio após uma crise existencial que quase a levou para um convento nos confins da Inglaterra.

Renascida e poderosa, Polly soltou dois dos seus melhores rebentos, o sexy-pop 'Stories From The City, Stories From The Sea' e 'Uh Huh Her', que são, por assim dizer, seus últimos discos. Pelo menos como a conhecíamos.

Seus três últimos trabalhos oficiais, 'White Chalk' o excelente 'Let England Shake', e o denso 'The Hope Six Demolition Project' a mostram mais velha. Distante do que temos por música pop. Confesso que sinto falta de vê-la poderosa em suas botas compridas. Mas não há como deixar de amar uma artista tão original e transgressora quanto ela.

Além de sua discografia, ela coleciona parcerias com gente do quilate de Josh Homme, John Parish, Thom Yorke, Tricky e seu ex-namorado Nick Cave.

Harvey é mais um caso raro na música contemporânea de artista livre, sem amarras com estruturas pré-concebidas e totalmente irriquieta.
Ave Polly!


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